Europeus favoráveis à ação climática como fator para recuperação económica geradora de emprego

Quatro em cada cinco pessoas na União Europeia reconhecem que a luta contra as alterações climáticas e a utilização mais […]

Quatro em cada cinco pessoas na União Europeia reconhecem que a luta contra as alterações climáticas e a utilização mais eficaz da energia podem impulsionar a economia e o emprego, segundo uma sondagem especial Eurobarómetro sobre as alterações climáticas hoje publicada.

Este valor é ligeiramente superior ao da última sondagem, de 2011, em que 78 % dos sondados exprimiram essa opinião.

Vários dos Estados-Membros que mais sofreram no contexto da crise económica e financeira contam-se entre aqueles em que o reconhecimento dos benefícios económicos da ação climática e da eficiência energética é mais elevado. Em nenhum Estado-Membro exprimiram o seu acordo menos de 65 % dos inquiridos.

A sondagem revelou ainda que sete em cada dez cidadãos concordam que a redução das importações de combustíveis fósseis de fora da UE pode proporcionar benefícios económicos.

O presidente da Comissão Europeia declarou: «Não há que escolher entre boa governação económica e proteção do clima: a luta contra as alterações climáticas numa perspetiva de rentabilidade é uma boa política económica».

«Congratulo-me muito que os cidadãos europeus o reconheçam também. Esta sondagem envia um sinal forte aos dirigentes da UE para que se empenhem em ações a favor do clima, com vista a uma recuperação económica sustentável. Constitui também um poderoso incentivo para que a Comissão continue a empenhar-se em medidas ambiciosas no domínio climático, na Europa», acrescentou José Manuel Durão Barroso.

Por seu turno, Connie Hedegaard, Comissária europeia responsável pela Ação Climática, disse que «a sondagem confirma que uma ampla maioria dos europeus espera que os políticos se empenhem de imediato no combate às alterações climáticas. Os cidadãos compreendem que as alterações climáticas não desapareceram enquanto os seus governos estavam ocupados com a resolução da crise económica. Não se trata de optar entre o crescimento e a competitividade, por um lado, e o clima, por outro. É necessário enfrentar ambas as vertentes».

«Espero que os líderes da UE entendam esta mensagem e ajam em conformidade no Conselho Europeu do final do mês, no qual debaterão as nossas propostas para o clima e a energia no horizonte 2030», concluiu a Comissária.

 

Os principais resultados da sondagem são os seguintes:

· 80 % dos inquiridos concordam que a luta contra as alterações climáticas e a utilização mais eficaz da energia podem impulsionar a economia e o emprego (31 % concordam inteiramente e 49 % tendem a concordar).
As pessoas são mais suscetíveis de concordar inteiramente em Espanha (52 %), na Suécia (50 %), em Malta (44 %), na Irlanda e em Chipre (43 %) e na Grécia (42 %).
A percentagem mais baixa de inquiridos que concordam inteiramente ou tendem a concordar foi de 65 % na Estónia.

· Nove em cada dez europeus consideram que as alterações climáticas representam um problema grave. A grande maioria — 69 % — considera tratar-se de um problema «muito grave» e 21 % de um problema «bastante grave».
Apenas 9 % consideram não se tratar de um problema grave.
Numa escala de 1 (mínimo) a 10 (máximo), a gravidade das alterações climáticas cifrou-se em 7,3. Este valor foi de 7,4 em 2011 e 7,1 em 2009.

· As alterações climáticas são consideradas um dos problemas muito graves que o mundo enfrenta, a seguir à pobreza e à situação económica.
Em 2011, as alterações climáticas haviam sido classificadas em segundo lugar, a seguir à pobreza, fome e escassez de água, mas à frente da economia.
Na atualidade, metade dos cidadãos europeus considera as alterações climáticas um dos quatro problemas mais graves.
Os inquiridos na Suécia (39 %), na Dinamarca (30 %) e em Malta (30 %) são os que mais tendem a pensar que o clima constitui, na atualidade, o problema mais grave a nível mundial.

· 70 % dos europeus concordam que a redução de importações de combustíveis fósseis pode proporcionar benefícios económicos à UE (26 % concordam inteiramente e 44 % tendem a concordar).
Os inquiridos que mais tendem a concordar inteiramente são os espanhóis (45 %), austríacos (40 %), cipriotas (38 %), irlandeses (37 %), portugueses (34 %) e malteses (34 %).

· A grande maioria dos europeus apoia as ações a nível nacional em prol da eficiência energética e das energias renováveis. 92 % dos inquiridos consideram importante que os seus Governos concedam apoio ao reforço da eficiência energética até 2030; um pouco mais de metade (51 %) considera mesmo esse apoio «muito importante».
Em relação às energias renováveis, 90 % consideram importante que o seu Governo fixe objetivos para aumentar a utilização de energias renováveis até 2030; 49 % consideram-no «muito importante».

· 50% dos europeus declaram ter contribuído de alguma forma, nos últimos seis meses, para o combate às alterações climáticas, o que representa uma ligeira redução relativamente a 2011 (53 %).
Contudo, quando confrontados com uma lista de ações específicas que possam ter realizado, sem especificação de calendário, a percentagem sobe para 89 %, contra 85 % em 2011.
As ações mais comuns referidas são a redução e reciclagem de resíduos (69 %) e o menor recurso a artigos descartáveis (51%).

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