Zeca Afonso visto por José Mário Branco em Loulé

José Mário Branco é o próximo convidado do ciclo de conferências temáticas “Mestres e Discípulos nas Artes, nas Ciências, nas […]

José Mário Branco é o próximo convidado do ciclo de conferências temáticas “Mestres e Discípulos nas Artes, nas Ciências, nas Humanidades”.

O músico e compositor português vai falar sobre “José Afonso – A canção, do cliché à educação do gosto”, às 11h00 do próximo sábado, dia 22 de fevereiro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Loulé.

«Um certo encontro entre José Mário Branco e José Afonso em 1971 resulta no convite para produzir “Cantigas do Maio” e, depois, “Venham mais cinco”. José Afonso trazia um percurso (antes, durante e depois da sua passagem por Coimbra) que pode explicar o movimento que se seguiu na canção em Portugal e que José Mário Branco veio a integrar.

Neste sentido, importa refletir como a “esgrima” com / contra o cliché será, nas canções, um fator de educação do gosto do público e dos outros músicos, à luz de um enquadramento histórico muito específico: o da ditadura, da censura, das lutas académicas, da guerra colonial. É, pois, neste contexto político e social muito particular que se dá o nascimento de um movimento de renovação da canção em Portugal ao qual se convencionou aplicar o redutor labéu do canto de intervenção, que aqui se irá questionar.

O conceito de Mestre, entendido então enquanto rio que corre, será discutido à luz de conceitos metafóricos como o de “bacia hidrográfica”, cuja pertinência será explorada nesta conversa.»

“Mestres e Discípulos nas Artes, nas Ciências, nas Humanidades” é o título do ciclo de conferências que se realiza no âmbito do Mestrado em Comunicação, Cultura e Artes da Universidade do Algarve, em parceria com o Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) e com a Câmara Municipal de Loulé.

Tem como objetivo lançar a reflexão sobre o modo como se opera a transmissão do conhecimento através da definição e sedimentação de linhagens em distintas áreas do saber representadas no ciclo (mesmo naquelas cuja metodologia não é, aparentemente, tangencial).

Partindo das abordagens dos convidados que vêm partilhar o seu testemunho sobre o processo de transmissão de saberes, de técnicas, de paradigmas epistemológicos e artísticos, em áreas como a música, a escultura, a biologia, a literatura ou o teatro, procurar-se-á entender se a definição de linhagens consiste num fenómeno transversal ou universal, ou se, pelo contrário, as especificidades do conhecimento humanístico, científico e artístico geram também mecanismos autónomos no estabelecimento das relações de filiação entre mestres e discípulos.

As conferências, de entrada livre, conferem certificado de assistência.

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