Verdades sobre o País (VI)

Os poderosos mentem aos Portugueses e não deixam dar-se voz a quem diz verdades. Insistem em obrigar-nos a soluções que […]

Os poderosos mentem aos Portugueses e não deixam dar-se voz a quem diz verdades. Insistem em obrigar-nos a soluções que não resultaram em muitos dos países onde as aplicaram.

Agora vêm obrigar-nos a seguir a receita da Troika que teria resultado na Irlanda. Esquecem que ela tem um tecido empresarial e recursos totalmente distintos.

Lá, há meio século que há um excelente stock de engenheiros e técnicos e médicos até em excesso. Isto atraiu investimentos em setores em expansão.

Nós temos uma política que faz estes especialistas emigrarem, pois a burocracia e outros problemas assustam os investidores tecnológicos.

A mesma receita metida goela abaixo na Grécia levou a batalhas urbanas que ainda não acabaram, mesmo após a banca do Euro ter sido obrigada a perdoar um terço da dívida pública grega.

Pois a realidade grega é muito diferente da irlandesa. O mesmo ocorreu na Argentina, que enfrentou o FMI e durante anos teve sucesso com outra receita.

Lamento alguns economistas lusos não estudarem os resultados algures. Em países como o nosso e na nossa situação, a receita que resultou foi contrária à da Troika: criou-se mais trabalho e assim mais recursos para os que só recebiam subsídios, através de temporariamente aumentar o défice público.

Reduziram as chefias e os privilégios no serviço público, não os que trabalham diretamente com a população. Isto ocorreu nos EUA no governo Clinton, na Suécia há 20 anos, em outros países em crise.

É errado, nesta altura, motivarem jovens inexperientes a iniciarem empresas, pois agora não basta conhecimentos e boa vontade, é preciso evitar os truques de cada nicho de mercado.

É altura de se oferecer qualificação como microempresários às chefias da função pública, que conhecem muitos truques, e deixá-las serem mais eficientes no competitivo mercado de profissionais.

O rápido aumento de novas empresas hoje, pode trazer o caos com o seu fechamento em 2015. Fazem bem os que agora emigram, 121mil em 2013, 112 mil em 2012. Ganham uma importante experiência e poderão algum dia regressar, quando for possível melhorar o País.

Aqui no Algarve deve-se voltar a investir em agrotecnologia e turismo de nicho, como o sénior e a equitação, e esquecer a construção, pois já há milhares de fogos, resorts e lojas sem uso.

Temos um enorme potencial na economia do mar, é preciso adotar sistemas automáticos de aprovação, pois as chefias públicas intermédias não querem perder o seu poder de dizer não à real inovação.

Yes we can – Together!

 

Jack Soifer é autor dos livros «Como sair da Crise», «Transportes», «Portugal Rural», «Algarve/Alentejo – My Love» e «Ontem e Oje na Economia»

 

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