Câmaras algarvias pedem «substituição» de Pedro Nunes ao Ministro da Saúde

Os presidentes de Câmara algarvios consideram «que a posição de Pedro Nunes enquanto presidente do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) […]

Os presidentes de Câmara algarvios consideram «que a posição de Pedro Nunes enquanto presidente do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) é insustentável», o que, na prática, é um pedido da sua substituição, numa reunião que representantes da AMAL- Comunidade Intermunicipal do Algarve mantiveram ontem com o ministro da Saúde Paulo Macedo, em Lisboa.

Paulo Macedo «registou» a posição dos autarcas, mas disse que «acredita no modelo de gestão implementado pelo Dr. Pedro Nunes» e que mantém «toda a confiança» nele, apurou o Sul Informação.

Os autarcas algarvios declararam a sua posição na presença de Pedro Nunes, que também participou no encontro em que esta posição foi transmitida à tutela, bem como o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve João Moura Reis. «Pedro Nunes colocou-se a si próprio nessa situação. Não pode gerir o CHA contra tudo e contra todos», defendeu o presidente da AMAL Jorge Botelho em declarações ao Sul Informação.

Por seu lado, José Amarelinho, vice-presidente da AMAL, considera que o presidente do Conselho de Administração do CHA criou uma «má relação com todo o corpo clínico, de que muito dificilmente será possível recuperar». Amarelinho acha que Pedro Nunes criou «uma relação inquinada com o corpo médico» e, por isso, não acredita «na retoma da confiança no Serviço Nacional de Saúde no Algarve».

Foto da reunião com o ministro da Saúde, publicada pelo autarca Rui André na sua página no Facebook

Além da gestão hospitalar e das «dificuldades de relacionamento» do Conselho de Administração do CHA com profissionais e utentes, os representantes dos 16 municípios algarvios confrontaram o ministro Paulo Macedo com «a falta de material e com o adiamento de cirurgias, exames e consultas». «Manifestámos à tutela que consideramos inadmissível que haja adiamentos de procedimentos por causa da falta de meios», de que é exemplo a situação vivida recentemente por um utente de Monchique no Hospital de Faro, disse o presidente da AMAL.

Paulo Macedo garantiu que «tudo fará para que haja reforço dos meios humanos, tão necessários no Algarve», nomeadamente através da abertura de concursos para contratação de mais médicos e disse acreditar que, com isso, «as coisas vão estabilizar».

Pessoalmente e enquanto autarca de Aljezur, José Amarelinho manifestou-se «muito cético em relação a este modelo da mobilidade dos médicos entre hospitais e à possibilidade de os três hospitais virem a funcionar bem assim». «Como diz o povo, às tantas os médicos não estão nem cá, nem lá, nem pelo caminho», disse.

O ministro da Saúde também assegurou que não tem intenção de «encerrar mais unidades nem serviços hospitalares na região, antes pelo contrário», incluindo Extensões de Saúde.

A questão do fecho de Extensões de Saúde foi, de resto, um dos temas abordados na reunião, que durou «mais de duas horas». Os autarcas querem «que qualquer intenção que haja no futuro de encerramento de unidades deste tipo seja previamente anunciada às autarquias», de modo a que «haja possibilidade de articular uma solução» com a ARS do Algarve, que permita evitá-lo, segundo Jorge Botelho.

No caso de Alcoutim e Castro Marim, esse trabalho está agora a ser feito, depois do fecho das extensões.

Outro assunto em cima da mesa foi o da gestão do Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul (CMRSul), atualmente a cargo da ARS do Algarve, que a assumiu depois de cessar o contrato que tinha com a empresa GP Saúde, ao abrigo de uma Parceria Público Privada.

 

 

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