PCP acusa PSD e CDS de inviabilizarem audição de presidentes do CHA e da ARS na Comissão de Saúde

O requerimento apresentado pelo PCP, para a realização, com caráter de urgência, na Comissão de Saúde, de audições dos presidentes […]

O requerimento apresentado pelo PCP, para a realização, com caráter de urgência, na Comissão de Saúde, de audições dos presidentes do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde do Algarve (ARS) e do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) e ainda de representantes dos médicos dos hospitais algarvios foi chumbado pelos deputados do PSD/CDS.

Os comunistas estranham, por isso, que «dias depois», deputados do PSD tenham anunciado que iriam realizar reuniões, no Algarve, com os conselhos de Administração do CHA e da ARS.

O PCP denuncia aquilo que considera como «hipocrisia política do PSD e do CDS que, no Algarve, dizem estar preocupados com os problemas que afetam os hospitais da região e, na Assembleia da República, inviabilizam uma iniciativa do PCP para análise e debate desses mesmos problemas».
 
O Grupo Parlamentar comunista sublinha ainda que, por iniciativa da presidente da Comissão de Saúde, realizou-se no dia 21 de janeiro uma audiência de representantes de médicos dos hospitais algarvios, «na qual foi dado um testemunho arrepiante sobre o nível de degradação dos cuidados de saúde no Centro Hospitalar do Algarve».

É que os médicos salientaram a «falta de fraldas para os doentes, substituídas por toalhas envoltas em sacos de lixo; falta de agulhas endovenosas para tirar sangue ou para administração de fármacos; falta de envelopes para enviar aos utentes as convocatórias para as consultas externas; falta de medicamentos, incluindo antibióticos e aspirina 100 mg; adiamento de cirurgias por falta de material clínico; etc».

Nesta audiência, sublinha o PCP, «aberta a todos os deputados, não compareceu qualquer deputado do PSD e do CDS».

Entretanto, Paulo Sá, deputado do PCP eleito pelo Algarve, esteve presente, no passado sábado, na manifestação em frente ao Hospital de Portimão, tendo transmitido a solidariedade do PCP para com a luta das populações em defesa da qualidade dos cuidados de saúde no Algarve.

Anunciou ainda que o Grupo Parlamentar do PCP irá apresentar, em breve, uma iniciativa na Assembleia da República visando a reversão do processo de fusão dos hospitais algarvios e defendendo a atribuição aos hospitais de Faro, Portimão e Lagos de meios humanos e financeiros adequados à prestação de cuidados de saúde de qualidade.
 
Ontem, uma delegação do PCP, integrando o deputado eleito pelo Algarve e membros da Direção da Organização Regional daquele partido, dedicou o dia aos cuidados de saúde primários, reunindo-se com o diretor executivo do ACES Barlavento, em Portimão, e visitando de seguida os centros de saúde de Monchique, S. Bartolomeu de Messines e Albufeira.

A concluir o seu comunicado, os comunistas reafirmam que rejeitam «a política de ataque ao Serviço Nacional de Saúde, levada a cabo pelo Governo no âmbito do Memorando da Troica. Uma política marcada pela degradação da oferta pública de cuidados de saúde, fusão e concentração de unidades hospitalares com base em critérios meramente economicistas, encerramento de serviços de proximidade, racionamento de meios, alargamento e aumento das taxas moderadoras, diminuição dos apoios ao transporte de doentes não urgentes e crescentes dificuldades no acesso aos medicamentos, criando condições para a gradual transferência dos cuidados de saúde para os grandes grupos privados que operam no setor. Esta política tem levado à crescente degradação dos cuidados de saúde prestados às populações, que só não é ainda maior devido à competência e ao empenho dos profissionais de saúde que todos os dias, em situações muito difíceis, lutam pela preservação do serviço público de saúde».

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