Escolas Superiores de Educação mostram a Nuno Crato que a sua formação é de qualidade

O ministro da Educação Nuno Crato colocou em causa a qualidade de formação das Escolas Superiores de Educação (ESE), numa […]

O ministro da Educação Nuno Crato colocou em causa a qualidade de formação das Escolas Superiores de Educação (ESE), numa entrevista televisiva de 12 minutos. E é em 12 minutos que as instituições deste tipo de todo o país pretendem demonstrar que as declarações não correspondem à verdade, em sessões que terão lugar esta quinta-feira.

A Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve também se junta a este protesto, com a realização de uma jornada de reflexão «12 minutos pelas ESE», a partir das 16 horas, no Anfiteatro Paulo Freire do Campus da Penha da UAlg, em Faro.

As iniciativas foram convocadas pela Associação de Reflexão e Intervenção na Política Educativa das Escolas Superiores de Educação (Aripese), no seguimento de declarações de Nuno Crato, que questionou a qualidade de formação de professores e educadores de infância pelas diferentes ESE portuguesas, que fazem parte do Ensino Politécnico.

Agora, as instituições visadas querem demonstrar que as declarações do membro do Governo não foram sustentadas em dados concretos, mas sim «numa opinião pessoal», bem como obter um pedido de desculpas formal de Nuno Crato.

Também pessoal é a opinião do diretor da ESEC da UAlg António Guerreiro, quando considera, em declarações ao Sul Informação, que o ministro da Educação e Ciência «está a baralhar as suas conversas de café, com as funções que ocupa».

«Estas declarações são legítimas, mas numa conversa de café, onde qualquer um pode expressar a sua opinião», disse.

«Um membro do Governo, ao fazer uma declaração destas, tem de a sustentar com estudos e dados. Que nós saibamos, eles não existem. As declarações do ministro foram, por isso, levianas», acrescentou.

O que existe, e será demonstrado nas sessões que se repetirão, em simultâneo, em diversos Institutos Politécnicos do país, são «dados concretos e fundamentados sobre a formação de professores e educadores ministrada nas ESE, desde a sua criação», que apontam o seu sucesso.

No caso específico do Algarve, a ESEC convidou um antigo presidente da escola para dar a conhecer dados relativos à formação de professores e educadores (Pré-escolar). José Alberto Gonçalves, que tem um percurso muito ligado à academia algarvia, «tem um doutoramento nesta área e é uma pessoa que tem pensamento sobre o assunto», segundo António Guerreiro.

«Nós não consideramos que a qualidade da formação que é ministrada nas ESE seja inferior à das universidades. Os cursos estão devidamente acreditados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. No nosso caso, até estamos inseridos na Universidade do Algarve», ilustrou.

«A posição geral é que haja um pedido de desculpas formal por parte do ministro. Logo depois das declarações do ministro, o chefe de gabinete enviou-nos uma comunicação a dizer que as declarações não se dirigiam a todas as ESE, que Nuno Crato pretendia dizer que havia algumas destas escolas com menor qualidade de formação, assim como algumas universidades. Mas isso foi um chefe de gabinete e não o ministro, na televisão», contou.

A direção da ESEC convidou a estar presentes na sessão os professores dos agrupamentos do Algarve, bem como professores, alunos e funcionários da escola. Para já, o assunto «tem despertado mais interesse que o habitual», nomeadamente na página de Facebook da escola.

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