AMAL quer ouvir Pedro Nunes antes de decidir sobre denúncias feitas por médicos do CHA

A AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve vai reunir-se com o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) […]

A AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve vai reunir-se com o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) antes de tomar uma posição sobre o documento assinado por 183 dos 220 médicos assistentes desta unidade de saúde, com fortes críticas e acusações à administração do CHA. Também serão ouvidos, ao longo desta semana, representantes dos signatários do documento tornado público e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.

O Conselho Intermunicipal da AMAL, que junta os 16 presidentes de Câmara do Algarve, reuniu-se esta segunda-feira, com a discussão desta tomada de posição pública dos profissionais de saúde como um dos pontos da ordem do dia, mas acabou por não tomar nenhuma posição oficial, preferindo ouvir primeiro «todas as partes envolvidas».

«Não saiu nenhuma decisão desta reunião. O que decidimos, para já, foi convocar o presidente do Conselho de Administração do CHA [Pedro Nunes] e uma representação dos médicos, bem como os dirigentes da ARS do Algarve, para poder ouvir, olhar com mais detalhe e confrontar com o que nós achamos que é a realidade da saúde no Algarve», revelou ao Sul Informação o presidente da AMAL Jorge Botelho.

Depois destas reuniões, provavelmente «na segunda-feira que vem», o Conselho Intermunicipal volta a reunir-se, para tomar uma decisão formal sobre esta matéria. Este órgão da AMAL é atualmente composto por dez autarcas socialistas, cinco social-democratas e uma comunista.

Jorge Botelho admite que o documento, pelo elevado número de médicos que tem como signatários, exige «uma posição de força» por parte dos autarcas algarvios. «Obviamente que é preciso tomar decisões e que os médicos têm de ser apoiados nessa sua justa reivindicação por um melhor Serviço Nacional de Saúde», considerou.

«Pelo contacto que temos com os cidadãos, constatamos que há dificuldades de vária ordem na saúde do Algarve. A questão, das consultas, da falta de médicos, de atendimento, do encerramento de serviços públicos de saúde, dos meios de diagnóstico e do adiamento de cirurgias. Tudo isto foi falado e reconhecido como sendo verdade», acrescentou Jorge Botelho.

O presidente da Câmara de Tavira falou com o nosso jornal à margem do Jantar de Natal do PS/Algarve, ocasião que os dirigentes socialistas regionais e nacionais aproveitaram para frisar a denúncia feita pelos médicos do CHA, como exemplo das políticas de desinvestimento na saúde do atual Governo.

 

PS quer gestores «com competência e capacidade» para o CHA

O PS quer «uma gestão para este Centro Hospitalar com competência e capacidade para cumprir os contratos programas e para envolver os distintos profissionais num processo de melhoria da prestação de cuidados de saúde à população algarvia e a todos aqueles que nos visitam».

Pouco antes do jantar que promoveu ontem à noite, a Federação do Algarve do PS enviou uma nota de imprensa às redações, considerando que o documento assinado «pela esmagadora maioria dos médicos do CHA», põe «a nu a degradação dos cuidados de saúde prestados à população algarvia, contrariando as posições assumidas pelo Conselho de Administração do CHA publicamente, e ainda reiteradas na passada semana em reunião com o PS Algarve».

Uma denúncia da parte dos profissionais de saúde que «confirma as preocupações manifestadas pelo PS Algarve em devido momento e a ligeireza com que o Ministério da Saúde e ARS Algarve encararam este processo, levando à demissão do anterior Presidente da ARS Algarve, que tem vindo a denunciar na imprensa quais as razões que levaram à sua demissão».

«Está na hora do Ministério da Saúde assumir as suas responsabilidades, não pode continuar a assistir à degradação dos serviços de saúde da Região, às querelas públicas entre os responsáveis dos serviços de saúde da região, não pode continuar a fazer “vista grossa” às denúncias agora apresentadas à gestão “ autocrática e pouco dialogante” que “ ameaça e chantageia os profissionais médicos” do Conselho de Administração do CHA», defendeu o PS/Algarve.

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