A Câmara de Alcoutim quer ver a Extensão de Saúde de Vaqueiros reaberta e já sugeriu à Administração Regional de Saúde do Algarve (ARSA) espaços alternativos para instalar a unidade. A desadequação do espaço foi um dos entraves colocados pelo instituto público à reativação do polo do Centro de Saúde de Alcoutim, bem como a necessidade de uma ligação à Internet dedicada e com maior capacidade.
O presidente da Câmara de Alcoutim Osvaldo Gonçalves mostra-se disposto e com vontade de arranjar uma solução, recorrendo aos meios da autarquia. No caso do edifício para albergar a Extensão de Saúde, foi feito um levantamento e identificados «dois ou três espaços» que têm os requisitos mínimos para acolher a unidade de saúde, condições que o edifício que antes a albergava não terá.
No que toca à ligação à Internet e informatização do posto, também há disponibilidade para co-financiar a extensão de saúde. A ARSA exige uma ligação dedicada, que permita ligar a Extensão de Saúde ao sistema integrado de dados utilizado por todas as unidades de saúde a seu cargo e pelo Hospital de Faro, que não sai barata. «Mas, se já suportamos tantos encargos com a saúde, poderemos investir mais 5 ou 10 mil euros», disse o edil.
Osvaldo Gonçalves é o convidado do programa radiofónico «Impressões», dinamizado em conjunto pelo Sul Informação e pela Rádio Universitária do Algarve RUA FM (102.7 FM). No programa, que irá para o ar esta quarta-feira, às 19 horas, o novo edil alcoutenejo fala das ideias que tem para o concelho e de temas que têm agitado a atualidade, como é o caso do fecho de Extensões de Saúde.
«Esta foi a primeira batata quente que recebi. Eu, sem conhecer o processo, recebi a notícia ao mesmo tempo que todas as outras pessoas, quando me parece que os autarcas deviam ter informação antes», considerou.
Depois de ter participado numa manifestação em Faro contra o fecho das unidades de saúde, Osvaldo Gonçalves aguardou por um contato da ARSA, que acabou por não surgir. «Esse feedback nunca surgiu e se Maomé não vai À montanha, vem a montanha a Maomé», ilustrou.
«Numa reunião que entretanto tive com o presidente da ARSA, fiquei a saber que tinha sido criado um grupo de trabalho, para tentar resolver esse problema. Fui incluído nesse dia no grupo de trabalho», revelou, sem esconder que achou estranho não ter sido desde logo chamado a integrá-lo.
Na reunião, a ARSA disse que a Extensão de Saúde não poderia reabrir no local onde antes funcionava. «Já houve um levantamento nos postos agora encerrado – Vaqueiros, Azinhal e Odeleite – e que a reabertura de cada um está a ser reavaliada. O de Vaqueiros é o que apresenta maiores dificuldades logísticas», revelou
Osvaldo Gonçalves promoveu desde logo uma avaliação dos espaços existentes e de custos, para que a eventual reabertura da Extensão de Saúde possa acontecer ao mesmo tempo que as de Azinhal e Odeleite. Ainda assim, tudo depende da ARSA e do Ministério da Saúde, que não está disposta em investir mais de «cem mil euros, para as três unidades».
Gastar algum dinheiro, para garantir a reativação do serviço, não é um problema para Alcoutim, município que tem as contas em dia. «Nós propusemos logo isso, quando nos disseram que o posto estava a ser encerrado porque não tinha ligação de Internet e condições. Dissemos logo que suportávamos isso», disse.
Osvaldo Gonçalves diz estar «convencido» que haverá solução e que o fecho da Extensão de Saúde de Vaqueiros é reversível. «Entrámos numa demanda que vai durar alguns meses e quero acreditar que isso ainda será possível», considerou.
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