Tradição e inovação gastronómica cruzam-se em mais um Festival da Batata-Doce de Aljezur

Assada, frita, com choco, num cozido de grão à algarvia, em sopas, em pastéis e outros doces, há mil e […]

Assada, frita, com choco, num cozido de grão à algarvia, em sopas, em pastéis e outros doces, há mil e uma maneiras tradicionais de comer a batata-doce. Mas Aljezur não quer ficar por aqui e é assim que, a partir de amanhã ao meio dia e até domingo, o Festival da Batata-Doce vai também ensinar a fazer e dar a provar novas formas de comer este tubérculo.

«Vamos ter cá no Festival diversos chefs consagrados, mas destaco a Susana Felicidade, que é de Aljezur e foi uma das juradas do programa “Top Chef” da RTP. Todos eles nos vão apresentar novas formas de combinar a cozinha tradicional com a nova cozinha gourmet», revelou José Amarelinho, presidente da Câmara de Aljezur, em entrevista ao Sul Informação.

«Haverá, como tem sido hábito, combinações muito inesperadas, sempre usando a batata-doce e outros produtos regionais para criar pratos e iguarias que todos poderão provar no Festival», acrescentou o autarca.

Com o prato forte centrado na batata-doce, produto que a nível local, pelas suas características e qualidade, conquistou o direito a ostentar o selo DOP (Denominação de Origem Protegida), os visitantes do Festival, que decorre no pavilhão multiusos de Aljezur, poderão ainda comprar o tubérculo a preços convidativos, diretamente fornecido pelos produtores, bem como deliciar-se com os pratos tradicionais nas tasquinhas.

As doceiras de Aljezur trarão até este festival as mais requintadas tentações de bolos, pastéis, tortas e outras formas de saciar os apetites dos mais gulosos e dos mais curiosos em perceber como são únicas estas tentações feitas de forma sábia e tradicional, pelas embaixadoras da doçaria local.

Tendo em conta que este Festival é a «grande mostra da economia local e desta região», o autarca José Amarelinho salienta que os produtores já trabalham «a pensar no certame». «O grande objetivo é que o associativismo agrícola seja cada vez mais reforçado em torno deste tipo de produto com DOP», sublinha.

No entanto, avisa o presidente da Câmara de Aljezur, «é importante não nos deixarmos ir na cantiga com outras variedades de batata-doce, porque dizem que dão produções maiores e maturações mais rápidas. A variedade “Lyra” é a que está certificada para a nossa zona, é a que dá um produto de características únicas com indicação geográfica protegida. Só a “Lyra” pode trazer maior retorno, até do ponto de vista financeiro».

 

Um Festival a crescer de ano para ano…e outros planos

Depois do tempo das vacas gordas em que, no Algarve, havia um festival gastronómico a cada esquina, «agora ficaram só três ou quatro, de maior qualidade e mais ligados aos produtos de cada terra. É o caso do nosso Festival da Batata-doce, que se impôs como um grande festival gastronómico e até tem crescido de ano para ano», disse Amarelinho.

Exemplo desse crescimento é o número de expositores, que aumentou: «tem havido muito empreendedorismo em Aljezur e nesta nossa região, em grande parte atividades por conta própria, ligadas à agricultura, ao meio rural, à batata-doce. E é isso que é mostrado no Festival», garante o autarca aljezurense.

Mas os planos da Câmara de Aljezur para promover os produto locais, até ao nível gastronómico, não se ficam por aqui. José Amarelinho revelou ao Sul Informação que, ainda durante este mandato, vai ser recuperado um festival ligado ao mar e aos seus produtos, nomeadamente os percebes, mas não só.

«Será um festival que juntará gastronomia, etnografia e história. Já estamos a trabalhar nisso, mas provavelmente ainda não será no próximo ano que esse festival vai começar. O mais provável é que a primeira edição seja na Páscoa de 2015», adiantou.

«O ciclo infraestrutural está praticamente concluído em Aljezur, falta apenas a Biblioteca. Agora, as autarquias têm que se concentrar nas funções sociais, já que têm que, em muitos casos, substituir o Estado central. Dentro dessas funções, está o desenvolvimento económico e uma das áreas em que apostamos é na promoção de um desenvolvimento sustentável, que passa pelo apoio às atividades económicas de base local e tradicionais. O Festival da Batata-doce e o novo certame que iremos criar é uma das formas desse apoio, como o será o 10º Encontro de Ambiente e Educação Ambiental que vamos receber no próximo ano, em parceria com a Almargem, ou a Bienal de Turismo de Natureza, que estamos a promover com a Vicentina», concluiu o presidente da Câmara José Amarelinho.

O Festival da Batata-doce é promovido pela Câmara Municipal de Aljezur e pela Associação de Produtores de Batata Doce de Aljezur.

A inauguração oficial do evento, que decorrerá amanhã, dia 29 de novembro, às 21h00, será presidida pelo secretário de Estado da Agricultura José Diogo Albuquerque.

O Festival pode ser visitado na sexta-feira e sábado, das 12h00 às 24h00, e no domingo, das 12h00 às 22h00. A entrada é gratuita.

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