Em Olhão, começa a ser tradição ter bolos gigantes nas festas e este Natal não será exceção. O chefe pasteleiro Filipe Martins volta a meter as mãos, literalmente, na massa, para cozinhar um Bolo-Rei gigante, que terá, somados os muitos módulos que o compõem, cerca de cem metros de comprimento e mais de 500 quilos.
Quem quiser, pode prová-lo, num evento público que terá lugar no dia 14 de dezembro, junto à Igreja Matriz de Olhão.
O proprietário e fundador das pastelarias Kubidoce repete a iniciativa de há cerca de um ano, repetida, em versão folar, na Páscoa passada. Eventos que têm causado muito entusiasmo junto da população, até porque Filipe Martins apresenta as versões tradicionais destes bolos, mas também outras, com um toque pessoal.
«Este ano, vamos fazer o Bolo Rei tradicional, o de chocolate com amêndoa e caju, com um pouco de laranja e um outro, que é a inovação deste ano, com chocolate branco, laranja e nozes», revelou Filipe Martins, ao Sul Informação.
O bolo «será maior» que aquele que foi servido à população em dezembro passado e também há diferenças no modelo escolhido, que passa a incluir uma faceta solidária.
«Desta vez, há um preço simbólico por fatia, que é no mínimo 20 cêntimos, mas que quem quiser pode dar mais», acrescentou. O dinheiro angariado reverte a favor da Casa da Rapariga da Santa Casa da Misericórdia de Olhão.
As iniciativas lançadas por Filipe Martins, em parceria com a Câmara de Olhão, que envolvem bolos gigantes, começam a mexer com a comunidade olhanense.
Os escuteiros locais quiseram aliar-se ao evento e vão dar uma ajuda, não só na preparação do bolo gigante, mas também na instalação das bancadas e na sua distribuição.
Também ao nível de apoios se nota um entusiasmo à volta do Bolo-rei gigante, com a Junta de Freguesia de Olhão e o Banco Popular a juntar-se à Kubidoce na promoção deste evento.
Meia tonelada de bolo e vários dias de preparação
«Cada metro de bolo tem cerca de 5,5 a 6 quilos. Vamos ter cerca de cem metros de bolo… é mais de meia tonelada!», disse Filipe Martins. «Ainda não estipulámos as quantidades necessárias de matéria-prima, mas vai ser usado mais chocolate, o que o torna um pouco mais dispendioso para nós. Mas temos de apostar na inovação», considerou o jovem empresário olhanense.
Filipe Martins usa a palavra com propriedade, já que tem procurado inovar, apesar de apenas ter aberto a primeira pastelaria Kubidoce há cerca de ano e meio. Desde então, e em plena crise, já abriu duas sucursais na cidade de Olhão, uma das quais com uma fábrica maior do que a da casa original, junto à Igreja de Olhão, que já não “chegava para as encomendas”.
Isto permitiu ao jovem pasteleiro criar um espaço de confeção de chocolate ao vivo, uma pequena oficina que dá a oportunidade aos clientes de o ver a confecionar não só os bombons originais da casa, mas outras iguarias doces, como os típicos doces finos algarvios e os importados “macarrons”.
«Já há algumas pessoas que querem experimentar fazer. Os miúdos vêm aqui para o pé de mim, esticam um bocado de massa e eu dou-lhes um bocado. Há muitos que podem ter aquela vergonha de vir para o pé de mim, mas ficam sempre agradadas por estar a ver a fazer», ilustrou.
A realização de workshops “mão na massa” é, de resto, uma ideia que o dono desta pastelaria e chocolataria algarvia quer levar adiante. Um dos públicos-alvo são os mais novos, que gostam de ajudar a fazer e, claro, de provar.
Os bombons feitos na casa e outras inovações que a Kubidoce vai lançando, como o Bolo-Rei de chocolate branco, são a tentativa da empresa de se distinguir num mercado com muita oferta. «Para pão, bolo e café, há mil pastelarias em Olhão. Nós vamos conquistando o mercado pela diferença», afirmou.
A Kubidoce tem já 12 variedades de bombons de molde originais e exclusivos, que vão desde o chocolate com piri-piri ao bombom com creme de pistachio ou creme de whisky. A oferta inclui ainda torrão de chocolate.
O chocolate é, de resto, uma paixão deste chefe. Foi com a arte da doçaria que ganhou o Festival de Chocolate de Óbidos, em 2010.
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