Ano de 2013 é um dos 10 mais quentes desde 1850

O ano de 2013 poderá ficar entre os 10 mais quentes desde 1850, início do período instrumental, salienta a Organização […]

O ano de 2013 poderá ficar entre os 10 mais quentes desde 1850, início do período instrumental, salienta a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O período de janeiro a setembro de 2013 foi o sétimo mais quente, com temperatura global média de 0.48°C superior ao valor médio de 1961-1990.

No ano de 2013, as temperaturas globais mantiveram-se altas e ocorreram vários fenómenos extremos de grande impacto, designadamente cheias na Europa Central (as maiores dos últimos 60 anos) em finais de maio e princípio de junho, e a situação de seca severa (a maior dos últimos 30 anos) em Angola e na Namíbia.

Realce ainda para o tufão Haiyan que afetou as Filipinas, o evento extremo mais intenso deste ano, em que a intensidade do vento, em terra, atingiu dos valores mais elevados de sempre.

Em Portugal continental, a temperatura média no período janeiro-outubro 2013 foi cerca de 0.4 °C superior ao valor médio de 1971-2000. Valores superiores aos registados este ano ocorrem em cerca de 30% dos anos.

O ano de 2013 não ficará entre os dez mais quentes, ainda que a temperatura média seja próxima ou superior ao valor médio.

«As temperaturas até agora este ano são semelhantes à média de 2001-2010, que foi a década mais quente de que há registo», disse o secretário-geral da OMM Michel Jarraud.

«Todos os anos mais quentes registaram-se desde 1998 e este ano, mais uma vez, continua essa tendência de longo prazo. Os anos mais frios são agora mais quentes que os anos mais quentes antes de 1998», acrescentou.

«As concentrações de dióxido de carbono na atmosfera e de outros gases com efeito de estufa alcançaram novos máximos em 2012, e esperamos que eles atinjam nível sem precedentes mais uma vez em 2013. Isto significa que estamos a caminho de um futuro mais quente», disse ainda Michel Jarraud.

«As temperaturas de superfície são apenas parte do quadro mais alargado da nossa alteração climática. O impacto no ciclo da água já começou a tornar-se visível – manifestando-se em secas, inundações e precipitação extrema».

«As Filipinas estão a recuperar da devastação trazida pelo tufão Haiyan, o ciclone tropical mais poderoso a atingir o país desde sempre e um dos mais intensos registados em todo o mundo. O país ainda estava a lutar para recuperar do tufão Bopha, há um ano. Apesar de os ciclones tropicais não poderem ser atribuídos diretamente à mudança climática, os níveis do mar mais altos estão já a tornar as populações costeiras mais vulneráveis a tempestades. Vimos isso com consequências trágicas nas Filipinas», disse o secretário-geral da OMM.

Acrescentou que, embora a relação entre as mudanças climáticas e a frequência de ciclones tropicais seja um assunto de muita pesquisa, espera-se que o seu impacto será mais intenso.

A declaração provisória da OMM confirma que o nível do mar atingiu um novo recorde. O nível do mar tem vindo a aumentar a uma taxa média de cerca de 3,2 milímetros por ano (mm/ano), com a variabilidade inter-anual, desde que as medições por satélite começaram em 1993. Isto está próximo da taxa observada de cerca de 3 mm/ano da última década de 2001-2010 e é o dobro da tendência observada no século XX de 1,6 mm/ano.

«O nível do mar continuará a subir por causa do derretimento das calotas polares e glaciares. Mais de 90% do calor extra que estão a gerar a partir de gases é absorvido pelos oceanos, que vão, consequentemente, continuar a aquecer e expandir por centenas de anos», disse Michel Jarraud.

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