Via do Infante perdeu mais 10,4% de tráfego no primeiro trimestre de 2013

A A22/Via do Infante sofreu uma diminuição de 10,4% no seu Tráfego Médio Diário (TMD) no primeiro trimestre de 2013, […]

A A22/Via do Infante sofreu uma diminuição de 10,4% no seu Tráfego Médio Diário (TMD) no primeiro trimestre de 2013, em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto a A2, no troço Almodôvar/ S. B. Messines, registou uma quebra de 9,3%.

Em termos absolutos, nos primeiros três meses do ano, o TMD foi de 5079 veículos na A22 e 4590 veículos na A2.

Os dados são da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região do Algarve (CCDRA) e referem-se à Mobilidade e Transportes na Região do Algarve nos primeiros três meses deste ano.

Segundo esses dados, estas são as décimas variações trimestrais homólogas negativas consecutivas. Ou seja, tanto na A22 como na A2, desde o 4º trimestre de 2010 que o tráfego tem vindo a cair.

Ainda assim, em ambas as vias, apesar de negativos, os decréscimos são menos do que aqueles que se registaram em todos os trimestres do ano de 2012.

No troço da A2, «embora a redução de 9,3% não represente uma inversão no comportamento de acentuado decréscimo manifestado desde há 10 trimestres consecutivos, parece abrandar o ritmo de perda particularmente notório nos últimos cinco trimestres», salienta a CCDRA.

No caso da A22, há a registar que, «após os fortíssimos decréscimos ocorridos nos trimestres de 2012 (na ordem dos 40 e 50%), a redução de 10,4% parece menos gravosa, embora o acumulado assuma já uma expressão muito negativa: relativamente ao 1º trimestre de 2008, houve uma redução de 67,3%».

Sobre o tráfego rodoviário, a CCDRA acrescenta que «não foi ainda possível obter informação para os TMD no 1º trimestre de 2013 na Ponte Internacional do Guadiana, bem como para os dois troços da EN/ER125 (Odiáxere/Estombar e Tavira/Monte Gordo), do IC1 (S.B. Messines/Tunes) e do IC4 (S.J. da Venda/Faro)».

Aliás, de acordo com os dados do Boletim de Mobilidade e Transportes na Região do Algarve, apenas os movimentos de passageiros no Aeroporto Internacional de Faro, de passageiros na Ria Formosa e de passageiros nas carreiras rodoviárias internacionais (Lagos/Sevilha) registaram um aumento no primeiro trimestre de 2013.

As quebras verificadas assumem, em alguns meios de transporte, segundo sublinha a CCDRA, «aspetos particularmente preocupantes, pois acrescentam mais um trimestre de retração a séries já longas de diminuições contínuas».

São os casos dos passageiros no sistema ferroviário regional, nas duas autoestradas que servem a região (A2 e A22/Via do Infante), e dos passageiros no transporte coletivo rodoviário urbano e interurbano.

 

Aeroporto de Faro sobe, mas pouco

Em sentido positivo, no 1º trimestre de 2013, o Aeroporto de Faro registou um movimento de 4.849 voos e de 615.137 passageiros (movimento comercial).

Relativamente ao trimestre anterior, o número de voos diminuiu 2,6%, enquanto o movimento de passageiros cresceu 1,4%.

O decréscimo de 2,6% no número de voos constitui uma retoma da quebra iniciada no último trimestre de 2011 (com quatro variações trimestrais homólogas negativas seguidas), apenas interrompida pela variação positiva ocorrida no último trimestre de 2012.

Quanto ao acréscimo de 1,4% no movimento de passageiros, reforça a série de variações trimestrais homólogas positivas (desde o 3º trimestre de 2012), elevando para três o número de variações positivas consecutivas.

Neste trimestre, o Aeroporto de Faro movimentou um total de 61.854 passageiros com os restantes aeroportos do espaço nacional, ou seja, em voos domésticos, valor que corresponde a 10,1 % do total do movimento de passageiros no trimestre.

Comparativamente com o trimestre homólogo do ano anterior, regista-se um ligeiro decréscimo de 4,5% no movimento com os aeroportos nacionais que, «ainda assim, não compromete o significativo crescimento verificado nos últimos anos», sublinha a CCDRA.

 

Ria Formosa quase duplica passageiros

No que diz respeito ao transporte marítimo e fluvial, o destaque vai para as carreiras da Ria Formosa, que, nos primeiros três meses de 2013, transportaram um total de 65.205 passageiros, resultando num fortíssimo acréscimo de 92,2% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2012).

Em sentido contrário, a carreira da travessia do Guadiana (Vila Real de Santo António – Ayamonte) transportou 15.376 passageiros, resultando numa quebra de 26,9% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2012).

A forte variação positiva registada no movimento de passageiros da Ria Formosa, a mais elevada desde 2007, «deve-se ao facto de alguns operadores que trabalham em regime sazonal terem solicitado e obtido as necessárias licenças mais cedo do que em anos anteriores, bem como a realização de alguns eventos nas ilhas-barreira (ex: atividades desportivas) no mês de Março», explica a CCDRA.

Quanto à carreira do Guadiana, o decréscimo insere-se numa já larga série (desde 2007) de variações homólogas negativas, apenas por uma vez interrompida (1º trimestre de 2012). É o resultado da concorrência feita pelo trânsito rodoviário pela Ponte Internacional do Guadiana.

 

Comboios continuam a perder passageiros

Quanto aos caminhos de ferro, que poderiam ser uma alternativa às portagens na A22, a verdade é que os dados revelados pela CCDRA indicam que, no 1º trimestre de 2013, o sistema ferroviário regional (Lagos – Vila Real de Santo António) transportou um total de 343.863 passageiros, o que significa uma diminuição de 9,5% relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior (2012).

Mesmo as ligações de Longo Curso (ligações dos serviços Alfa e Intercidades) movimentaram 97.442 passageiros, correspondendo a uma queda de 4,1%.

No caso do sistema regional, esta é já a décima variação trimestral homóloga negativa consecutiva (desde o 4º trimestre de 2010). Quanto às ligações do Longo Curso, o decréscimo de 4,1% «reflete não apenas o contexto de recessão, mas também as perturbações desencadeadas no movimento por efeito das greves», acrescenta a CCDRA.

 

Só ligação a Sevilha escapa à quebra dos transportes coletivos

Também as ligações urbanas regionais registaram quebras significativas no Algarve: assim, no 1º trimestre de 2013, foram transportados 1.191.171 passageiros, menos 25,9% do que no trimestre homólogo anterior (2012).

As ligações interurbanas (regionais), por seu lado, transportaram um total de 1.400.275 passageiros, menos 15,0%, enquanto as ligações interregionais asseguraram o transporte de 140.521 passageiros, correspondendo a um decréscimo de 5,4%.

Em sentido inverso, apenas surgem as ligações internacionais (carreira Lagos – Sevilha), que transportaram 3.661 passageiros, o que se traduz num acréscimo de 17,7%.

Como principais aspetos deste trimestre, destaca-se, segundo a análise da CCDRA, «a continuidade das variações trimestrais homólogas negativas nas ligações urbanas, nas ligações interurbanas (que apresenta variações negativas em todos os trimestres desde 2008), e nas ligações interregionais (que apresentam o quarto trimestre consecutivo de variações negativas).

Em sentido inverso, surge a recuperação no movimento das ligações internacionais (que recupera de três variações negativas consecutivas).

As ligações interregionais apresentam um decréscimo de 5,4%, valor mais significativo que o decréscimo observado no modo ferroviário (4,1%), embora, em termos absolutos continue a movimentar um volume superior de passageiros (140.521) contra os 97.442 no Longo Curso ferroviário.

 

Atualizado às 9h45, acrescentando o TMD da A22 e da A2.

 

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