PS e CDU: Voto de protesto determinou resultados eleitorais em Faro

O voto de protesto foi determinante em Faro, não só para a grande descida no número global de votos tanto […]

O voto de protesto foi determinante em Faro, não só para a grande descida no número global de votos tanto do vencedor PSD, como do PS, mas também para a subida exponencial da CDU. Os candidatos do PS e CDU a Faro, que foram, respetivamente, o segundo e terceiro mais votados para presidente de Câmara, concordam na análise que fazem do comportamento do eleitorado, castigador para os socialistas, mas muito bom para os comunistas.

Paulo Neves não esconde ter ficado desiludido com o resultado, mas afirmou que irá assumir o cargo de vereador para que foi eleito. «Sempre disse que, independentemente do resultado, iria assumir o cargo e irei cumprir», disse ao Sul Informação. No campo profissional, continuará ligado ao grupo Hospitais Privados de Portugal.

Os resultados de domingo foram penalizadores para a candidatura do PS, que voltou a perder a autarquia por uma margem relativamente curta de votos, apesar de ter vencido a corrida na Assembleia Municipal e ter eleito mais um deputado que o PSD (mais dois, tendo em conta a vitória em duas das quatro juntas de freguesia, contra uma do PSD e outra da CDU) .

No final, na eleição para a Câmara, a diferença entre o vencedor Rogério Bacalhau e Paulo Neves não ultrapassava os 400 votos, uma diferença que, no entanto, é superior à conseguida por Macário Correia há quatro anos.

«O que é importante reter neste escrutínio é o voto de protesto. Houve uma grande abstenção (votaram cerca de 10 por cento de eleitores a menos em 2013) e não conseguimos mobilizar o eleitorado a ir às urnas. Temos de ter cuidado com a política que vamos fazendo a cada momento», disse.

Destacando a grande subida da CDU, considerou que pode ser vista como sinal de algum descontentamento da população, após anos de alternância entre PSD e PS. Algo que se espelha na forte diminuição do número global de votos dos dois principais partidos, que desceu de valores na ordem dos 13 mil votos cada, em 2009, para valores a rondar os 8 mil, no passado domingo.

Esta diminuição ditou que o PS, apesar de derrotado, tenha o mesmo número de vereadores que o PSD, quatro no total. O nono vereador será António Mendonça, que pode ser visto como outro dos vencedores da noite eleitoral, em Faro.

«Do ponto de vista dos objetivos que assumimos, foram todos atingidos. Mantivemos a presidência da Junta de Santa Bárbara de Nexe, tivemos mais votos e mais eleitos, temos representantes em todos os órgãos e conseguimos um lugar na vereação», descreveu António Mendonça.

 

CDU estará lá «para ver» quando houver união PSD e PS na Câmara

O cabeça-de-lista da CDU à Câmara de Faro, futuro vereador, admite que poderá, muitas vezes, ser determinantes na aprovação ou chumbo, de propostas do executivo sem maioria absoluta. «Isso acontecerá em alguns casos, mas caso se juntem PSD e PS são oito contra um. A diferença é que, agora, nós vamos estar lá para ver e denunciar», disse.

No fundo, com esta divisão e um executivo com três forças políticas, «é a gestão municipal que fica a ganhar», considerou.

Também António Mendonça fala em voto de protesto. «Faro tem vivido uma alternância de dois partidos, sem que tenha havido mudanças nas políticas seguidas. Há um bloco central de interesses que beneficia mais ou menos com uma ou outra força política no poder», acusou.

«Estamos satisfeitos e animados», resumiu António Mendonça, que também realçou os resultados nacionais da CDU, que passa «a ser a terceira força a nível nacional» e, claro, «a recuperação da Câmara de Silves».

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