Macário Correia termina amanhã um «ciclo de vida» com a saída da Câmara de Faro. O presidente cessante da autarquia não esconde a mágoa da forma como termina uma fase de mais de 20 anos como autarca, considerando mesmo que esta acaba «do modo mais injusto e ingrato».
«Não perdi eleições, não foi concluído o processo judicial quanto ao mandato, nem eu voltei as costas aos farenses e a todas as minhas outras responsabilidades. Nem estava impedido legalmente de me sujeitar ao juízo dos eleitores», salientou, numa nota pública enviada às redações.
Recordando que «o caricato processo judicial» que lhe foi movido, «por ajudar pessoas humildes, não chegou ao fim», apesar de terem passado cinco anos, Macário Correia frisou que já nem haverá decisão judicial «pois o mandato autárquico em causa já terminou».
«É esta a infeliz maneira como a justiça, em certos casos não funciona. Contradiz-se, enrola, enleia e não decide em tempo útil», acusou.
Daqui em diante, disse, «procuraremos as nossas vidas profissionais, levando a boa experiência, que a todos os níveis recolhemos junto dos farenses, neste período». Fica, assim, um «adeus e obrigado», enviado a muitos, mas com particular destaque para aqueles com quem trabalhou nos últimos quatro anos.
«Nestes anos intensos e difíceis foram inúmeras as relações de trabalho e de amizade que desenvolvemos com milhares de pessoas e com as suas estruturas sociais, empresariais, culturais e desportivas», disse Macário Correia.
Destas, o presidente cessante frisa «a Professora Doutora Alexandra Gonçalves, que foi Vereadora da Cultura e da Ação Social, bem como a Chefe de Gabinete, Engenheira Natacha Alentejano e a Adjunta Dr.ª Lília Martins», todas elas de saída da Câmara de Faro, bem como «mais de metade da equipa, com responsabilidades políticas, nestes últimos quatro anos».
«Trabalhámos em rede com dezenas de entidades públicas e estivemos disponíveis, a toda a hora, todos os dias, para todos, nos bons e nos menos bons momentos. Mantivemos uma linha de rumo corrente, responsável e sem demagogias ou mudanças de opiniões por interesses oportunistas ou ocasionais», acrescentou.
Macário Correia agradeceu ainda aos dois primeiros eleitos do mandato cessante da Assembleia Municipal, Luís Coelho (PS) e Jorge Leitão (Coligação PSD/CDS-PP).
«Pela cooperação que me prestaram, colocando o interesse público de Faro, acima de coisas menores, devo a qualquer deles uma palavra genuína de reconhecimento pelas decisões tomadas naquele órgão, cuja melhoria foi evidente, pese embora a presença de comportamentos indignos de terceiros, ocasionalmente», explicou.
O presidente de Câmara Cessante deixou ainda uma palavra para o seu sucessor, Rogério Bacalhau, que é vice-presidente do atual executivo. «Respeitamos quem se segue, não nos cabendo fazer qualquer juízo ou comentário futuro, sobre as diferentes opções que se venham a colocar na abordagem dos problemas de Faro», afirmou.
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