Apolinário junta-se a Bacalhau como presidente em Faro

Já se sabia que Rogério Bacalhau seria o presidente da Câmara de Faro. Desde ontem, sabe-se que José Apolinário é […]

Já se sabia que Rogério Bacalhau seria o presidente da Câmara de Faro. Desde ontem, sabe-se que José Apolinário é o da Assembleia Municipal (AM) da capital farense.

A Tomada de Posse dos eleitos para os diferentes órgãos do município de Faro decorreu esta quinta-feira, no Teatro das Figuras e, sem surpresas e contestação, foi o cabeça-de-lista do PS à AM que assumiu a presidência do órgão, numa votação que decorreu durante a cerimónia.

A proposta do PS, que era encabeçada pelo antigo presidente da Câmara, foi a única apresentada, sintoma das alterações que as eleições de 29 de setembro trouxeram à Câmara de Faro, em relação ao passado recente. A coligação no poder voltou a vencer, mas perdeu a maioria na Câmara e viu o PS ganhar a maioria na AM (antes, havia empate no número de deputados das dua sprincipais forças).

Na Tomada de Posse sentiu-se, de resto, os efeitos da «pluralidade» dos eleitos, que Rogério Bacalhau enfatizou no seu discurso. Otimista, o recém-empossado edil mostrou-se confiante na possibilidade de diálogo, sem ter de se coligar mais ainda, já que foi eleito pela coligação de direita «Juntos por Faro», para obter a maioria na Câmara. Ainda assim, adivinha-se que haja, por vezes, nós difíceis de desatar na governação da autarquia farense.

Depois de um discurso de tomada de posse em tom muito conciliador, Rogério Bacalhau revelou aos jornalistas, à margem da sessão, que não prevê atribuir pelouros a vereadores da oposição, mas que não enjeita essa possibilidade.

«Não penso atribuir pelouros [aos deputados da oposição], nem sei se alguma força pensa nisso, não é algo muito normal. Mas, se alguém quiser assumir algum pelouro, não tenho problemas nenhuns em que trabalhe mais de perto connosco», afirmou.

À partida, a estratégia passa por dialogar e tratar dos assuntos caso a caso. «De certeza que vamos conversar ao longo do mandato e chegar a bom porto. Tenho por hábito colocar as coisas à apreciação das diversas pessoas envolvidas. Já fazia isso enquanto vice-presidente e continuarei a fazê-lo», disse.

«Já tenho combinadas reuniões com todas as forças políticas, já que tem de haver interação com os outros partidos», acrescentou. «Sempre tentei conciliar todas as forças, mesmo quando estava na escola [Secundária Pinheiro e Rosa, como diretor]. Neste momento, tendo em conta a geometria da Assembleia, isso é fundamental. Isso não tem de ser necessariamente mau, se todos estiverem dispostos a contribuir para o bem comum», considerou.

 

Apolinário passeou onde Luís Coelho teve de “suar”

A eleição tranquila de José Apolinário contrastou com uma votação com o mesmo fim, numa cerimónia semelhante, há quatro anos atrás. Em 2009, altura em que Macário Correia foi eleito presidente da Câmara por uma diferença de 140 votos, também foram os socialistas os mais votados para a AM, mas a eleição do presidente do órgão mostrou-se bem difícil, já que com os presidentes de junta (então seis) a relação de forças ficou equilibrada.

E se, na altura, havia empate no número de deputados municipais das duas forças mais votadas e foram apresentadas duas listas a votação, ontem isso já não aconteceu. Para escolher entre Luís Coelho (PS) e Jorge Leitão (PSD/CDS/MPT/PPM), foi preciso repetir a votação por diversas vezes, tendo, por fim, sido escolhido o socialista.

Ontem, Apolinário foi sozinho a votos e criou consenso. 24 dos 29 deputados municipais (são 31, mas dois não estavam presentes) votaram a favor, com uma abstenção e quatro votos em branco. Não houve, portanto, votos contra. Um resultado significativo, uma vez que o PS tem 12 deputados municipais, a coligação no poder 10, a CDU cinco, o BE dois e os independentes da «Salvar Faro» outros dois.

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