Universidade mostrou o Algarve turístico aos alunos internacionais

Ao vê-los passar, nenhum cidadão nativo conseguiria distinguir o grupo de jovens de outros tantos grupos de turistas que visitam […]

Ao vê-los passar, nenhum cidadão nativo conseguiria distinguir o grupo de jovens de outros tantos grupos de turistas que visitam Olhão e percorrem as ruas dos seus bairros típicos. E se, por enquanto, os estudantes da Universidade do Algarve que chegaram nos últimos dias, vindos de 50 países, ainda não conseguem esconder que não são do Algarve, com a ajuda dada pelo Gabinete de Relações Internacionais e Mobilidade (GRIM) da UAlg, adivinha-se que dentro em breve já vão conseguir passar por habitantes locais.

Este departamento da universidade algarvia, responsável pelo acolhimento e apoio aos alunos que chegam ao abrigo de diversos programas e protocolos internacionais, promoveu uma semana de boas-vindas, a «Orientation Week», que serve de empurrão à adaptação dos recém-chegados do estrangeiro.

Uma iniciativa destinada aos cerca de 500 alunos que vêm de diferentes continantes para, na sua maioria, passar o primeiro semestre deste ano letivo a estudar na UAlg.

O Sul Informação encontrou alguns destes jovens na passada semana, numa visita que fizeram a Olhão, uma das iniciativas propostas pelo GRIM.

Além de conhecer o Museu e o Centro Histórico da Cidade, os estudantes tiveram a oportunidade de dar um passeio pela Ria Formosa, no Caíque «Bom Sucesso», uma réplica do barco que, no século XIX, atravessou o Atlântico Sul para levar novas ao rei, que estava no Brasil, da expulsão dos invasores franceses de Olhão e do Algarve.

Juntar pessoas mais tímidas com outras sociáveis, num espaço limitado, durante um período relativamente longo, sempre foi uma boa maneira de promover a interação humana. Este caso não foi diferente. Rodeados pela beleza natural da zona lagunar do Algarve central, as línguas depressa se soltaram e as conversas animaram.

Depressa se percebe que Oleksii Kosenko não tem dificuldade em interagir. O estudante ucraniano escolheu a UAlg para fazer um mestrado de dois anos em Psicologia e não esconde o entusiasmo que sente pelo que já viu na região, desde que chegou, acompanhado pela mulher.

«As pessoas são muito simpáticas e estamos a gostar muito. Chegámos há uma semana e já adoramos a região», assegurou.

«Li muito sobre a UAlg na Internet e sabia que havia um programa Erasmus Mundus, do qual a minha universidade fazia parte. Já tinha estado na Grécia, num programa de verão e o clima era muito bom. E decidi que seria bom vir para aqui seguir os meus estudos, onde posso aprender e também divertir-me um pouco», disse.

Oleksii nunca tinha estado no Algarve antes, mas recebeu diversas referências da região da parte de professores da sua universidade de origem, na região ucraniana da Crimeia, mas também do professor Igor Khmelinskii, que há muitos anos leciona na UAlg e também veio da Ucrânia .

 

E os elogios vão para… o Gabinete de Mobilidade

Oleksii Kosenko não poupou elogios à forma como foi recebido no Algarve. «As pessoas do Departamento de Mobilidade foram fantásticas. Ajudaram-nos com tudo o que precisámos e deram-nos um apoio que, sinceramente, está para além das palavras», elogiou o aluno de mestrado ucraniano.

«Começaram por nos arranjar sítio para viver e estão sempre disponíveis para resolver qualquer questão ou problemas que tenhamos, ou mesmo, como eles dizem, para evitar que aconteçam eventuais problemas. O programa funciona e eu estou a gostar muito», disse.

Uma opinião que tem muito a ver com a dedicação dos elementos do departamento, que ajudam os alunos internacionais a resolver o mais variado tipo de problemas.

Também Mine Karabulut e Akkiz Gankaya estão visivelmente satisfeitas. As duas estudantes turcas, num inglês algo hesitante, explicam que tinham uma professora que conhecia o Algarve e lhes disse «têm de ir para lá».

As duas alunas de Engenharia Alimentar aproveitam para conhecer melhor a região antes de um período de seis meses de Erasmus Mundus, mas também para apanhar um fresquinho. «Aqui o clima é bom, é menos quente que de onde vimos, no Sul da Turquia. Lá, por esta altura, está muito calor», disse Mine.

O GRIM todos os anos lida com alunos vindos de países bem diferentes, geográfica e culturalmente. E são muitos os problemas que acabam por resolver, para ajudar estes alunos internacionais.

«Desde falar com os senhorios, para que possam ter acesso à Internet, à procura de bicicletas, idas ao médico, fazer a ponte com os professores…fazemos um pouco de tudo», explicou Ana Nunes, uma das técnicas do gabinete.

«Alguns são muito tímidos. Por exemplo, os que vêm de países como o Irão ou o Iraque, principalmente as raparigas. Quando chegam, costumam vir com véu e tapam-se. Passados alguns meses, começam a ocidentalizar-se, deixam cair o véu e aproveitam para se divertir. E muitas já não querem ir embora daqui», revelou, a rir.

Por estes dias, Ana Nunes tem estado especialmente atarefada, a acompanhar os recém-chegados. E não é para menos, pois são muitas as atividades programadas.

Além do passeio de barco na Ria Formosa e visita a Olhão, foram programadas sessões de boas-vindas, onde a região, a sua história e cultura são dadas a conhecer, idas ao Zoomarine e visitas aos campi da UAlg.

Na quarta-feira, 140 destes alunos puderam conhecer melhor a gastronomia da região, numa visita que fizeram à Tertúlia Algarvia, espaço recentemente inaugurado na Vila-Adentro de Faro.

 

 

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