O céu de outubro, um mês com duas chuvas de estrelas e um eclipse lunar

Durante o mês de outubro, com a nossa estrela a pôr-se cada vez mais cedo e Vénus a afastar-se do […]

Durante o mês de outubro, com a nossa estrela a pôr-se cada vez mais cedo e Vénus a afastar-se do Sol, no céu, este planeta será uma presença constante ao anoitecer. Vénus é fácil de reconhecer, pois parece uma autêntica “super-estrela”, a Sudoeste.

Quase tão brilhante como Vénus, o planeta Júpiter irá nascer cada vez mais cedo durante outubro. Este planeta aparece acima do horizonte cerca da 1h00 da manhã no dia 1, mas no fim do mês já estará a aparecer por volta das 22h00.

Marte, ainda longe da oposição de Abril de 2014, não está particularmente brilhante. Para os madrugadores, este parece uma “estrela” avermelhada, que sobe acima do horizonte cerca das 3h30 da manhã, no dia 1. À semelhança de Júpiter, vai aparecendo cada vez mais cedo ao longo deste mês, e no dia 31, já se começa a ver por volta das 2h00 da manhã.

No dia da implantação da República, o nosso satélite está em fase de Lua Nova, e três dias depois, a 8 de outubro, um fino crescente acompanha Vénus, a apenas 5 graus de distância.

Nesse mesmo dia ocorre o máximo da chuva de estrelas das Dracónidas. Esta chuva de meteoros não será muito interessante este ano, pois além de não estarem previstos muitos meteoros (entre 10 e 20 por hora), o máximo ocorre no final da tarde.

No dia seguinte, Mercúrio estará na máxima elongação (mais afastado do Sol, no céu), mas será extremamente difícil de ver, por estar apenas 3 graus acima do horizonte, ao pôr-do-Sol.

No dia 12, a Lua atinge o quarto crescente. E é do nosso satélite natural que será o penúltimo eclipse de 2013, na noite de 18 para 19 de outubro.

Infelizmente, este será um eclipse penumbral, por isso só os mais atentos é que irão perceber uma ligeira diminuição no brilho da Lua. O máximo do eclipse ocorrerá à 01h50 de dia 19, hora de Portugal Continental e Madeira (menos uma hora nos Açores). Sem grandes surpresas, esse será também o dia da Lua Cheia, já que os eclipses da Lua ocorrem sempre nessa fase.

No dia 21 teremos outra chuva de estrelas – as Orionidas. Também não será muito interessante, pois a Lua, num minguante quase de Lua Cheia, ilumina o céu e não estará muito distante da constelação Orion, onde se situa o radiante destes meteoros.

Dia 25 a Lua estará a 5 graus de Júpiter, e dia 27 atinge o quarto minguante. Quase a fechar o mês, no dia 30, passa a 6 graus de Marte.

Para quem viver em locais com céus escuros, no fim do mês, por volta das 22h00, olhem para o Zénite (o ponto do céu “por cima das nossas cabeças”). Aí irão ver uma pequena mancha, logo ao lado da grande nuvem que é Via Láctea.

Esse é o único objeto, visível no hemisfério Norte, que não pertence à Via Láctea – a galáxia de Andrómeda.

Boas observações.

 

Autor: Ricardo Cardoso Reis (CAUP)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

A Lua, antes e durante um eclipse penumbral (Foto: Fred Espenak (NASA/GSFC))

 

Figura 1: A Lua, antes e durante um eclipse penumbral (Foto: Fred Espenak (NASA/GSFC))

Figura 2: O céu, centrado no Zénite, às 22h00 de dia 31 de outubro 2013 (Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis (CAUP))

O céu, centrado no Zénite, às 22h00 de dia 31 de outubro 2013 (Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis (CAUP))

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