Morreu o poeta António Ramos Rosa

O poeta António Ramos Rosa, 88 anos, morreu hoje ao início da tarde, noticia a edição online do jornal Público. […]

O poeta António Ramos Rosa, 88 anos, morreu hoje ao início da tarde, noticia a edição online do jornal Público.

Segundo o Expresso, que cita uma sobrinha do porta, Ramos Rosa morreu cerca das 14h de hoje, no Hospital Egas Moniz, em Lisboa, onde estava internado desde quinta-feira com uma pneumonia.

António Ramos Rosa, nascido em Faro em 1924, ganhou o Prémio Pessoa em 1988, e é apontado como «um exemplo de entrega radical à escrita como talvez não haja outro na poesia portuguesa do século XX».

Poeta, ensaísta e tradutor, Ramos Rosa faria 89 anos a 17 de outubro próximo. Vivia desde há alguns anos, na residência Faria Mantero, um lar para artistas em Lisboa.

António Ramos Rosa estudou em Faro, onde nasceu, não tendo acabado o ensino secundário por questões de saúde.

Em 1958 publicou no jornal «A Voz de Loulé» o poema “Os dias, sem matéria”. No mesmo ano, saiu o seu primeiro livro «O Grito Claro», nº 1 da coleção de poesia «A Palavra», editada em Faro e dirigida pelo seu amigo e também poeta Casimiro de Brito.

Ainda nesse ano iniciou a publicação da revista «Cadernos do Meio-Dia», que em 1960 encerra a edição por ordem da polícia política.

Ao longo da sua vida, António Ramos Rosa publicaria perto de 80 títulos, não contando com antologias, artigos em revistas e livros escritos a meias com outros autores.

Fez parte do MUD Juvenil.

O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro. Aliás, ainda em agosto passado o poeta tinha doado ao Município de Faro um espólio de objetos, nomeadamente testemunhos de diversas homenagens que lhe foram prestadas ao longo da sua vida.

Do espólio doado, constavam peças relativas ao seu percurso académico e literário, com destaque para as medalhas e diplomas alusivos ao seu Doutoramento Honoris Causa, ao Prémio Pessoa, comendas referentes ao agraciamento com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e a medalha de Ouro da Cidade de Faro.

Esses testemunhos ficaram à guarda da Biblioteca Municipal de Faro, da qual é patrono, e a inauguração da exposição teve lugar a dia 7 de setembro, por ocasião das comemorações do Dia da Cidade.

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