Investigadora “inventa” um Enólogo Digital

Um “Enólogo Digital” foi desenvolvido por Investigadores das Universidades de Coimbra e da Madeira para aprofundar o processo de envelhecimento […]

Um “Enólogo Digital” foi desenvolvido por Investigadores das Universidades de Coimbra e da Madeira para aprofundar o processo de envelhecimento do Vinho Madeira.

Uma equipa de investigadores das Universidades de Coimbra e da Madeira, em parceria com a empresa Madeira Wine Company, a maior produtora e exportadora do Vinho Madeira, desenvolveu um modelo que permite caracterizar e aprofundar o conhecimento sobre o processo de envelhecimento do Vinho Madeira, com o objetivo de salvaguardar as caraterísticas que o tornam único e garantir a máxima qualidade em cada colheita.

Em linguagem simples, os investigadores propõem um “enólogo digital” «desenvolvido e validado a partir de informação útil imersa num vasto conjunto de dados recolhidos do processo de envelhecimento, capaz de identificar a tendência evolutiva para o vinho em análise, tendência essa decorrente da complexidade das reações que ocorrem durante o seu processo de maturação».

«Permite saber, p. ex., quais os compostos mais importantes para explicar o comportamento dinâmico do envelhecimento do Vinho Madeira e que podem ser considerados marcadores do seu estado de maturação», explica a investigadora Cristina Pereira.

A investigadora Cristina Pereira

Ao radiografar e analisar o que se passa no vinho ao longo do tempo, este modelo «consegue prever e detetar desvios na estrada do envelhecimento, podendo ajudar na adoção de medidas corretivas caso surja algum problema, bem como evitar perdas económicas futuras», acrescenta a investigadora.

«Com o conhecimento detalhado das caraterísticas do Vinho Madeira é, inclusive, possível detetar práticas abusivas de comercialização, protegendo a identidade única deste produto de excelência», sustenta.

Outra mais-valia do modelo desenvolvido é ser uma ferramenta importante de auxílio aos enólogos, permitindo-lhes tomar decisões, em tempo útil, quanto ao futuro do vinho de uma determinada colheita, atendendo a que cada colheita é diferente, dependendo de várias fontes de variabilidade importantes (zona de cultivo, condições climatéricas, leveduras, etc.) e que podem afetar o percurso do envelhecimento do vinho.

Esta ferramenta indica se o vinho de uma determinada colheita apresenta potencial para atingir o nível de qualidade pretendido.

Concluídos os estudos de caracterização dos compostos do Vinho da Madeira e o desenvolvimento de modelos explicativos e preditivos, os investigadores vão agora focar-se na possibilidade de desenvolver métodos corretivos a eventuais desvios detetados.

 

Autora: Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa – Universidade de Coimbra)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

 

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