Verdades sobre o país (I)

Os políticos estão a aldrabar com dados irrelevantes, a dar a impressão de que fazem algo. Os indicadores de um […]

Os políticos estão a aldrabar com dados irrelevantes, a dar a impressão de que fazem algo.

Os indicadores de um trimestre, sem considerar os ciclos económicos, nada dizem. A comunicação social na UE escreve crise, mas já há muito estamos numa depressão, que é uma longa recessão.

A causa real não é financeira ou económica, é estrutural, que leva anos para superar. Na Suécia, perdurou 12 anos, nos EUA oito, toda a administração Clinton.

Esta depressão tem várias causas, algumas culturais, o que requer profundas mudanças no sistema. Os governos estão a combater os efeitos e não as causas. Em Portugal, uma das causas é um corporativismo egoísta onde algumas profissões, p.ex. no serviço público, ganharam força em regimes anteriores.

Alguns ignoram os efeitos de seu egoísmo em outras categorias de cidadãos. Eles têm subsídios ou benefícios (segurança, automóvel) que outras classes não têm.

 

Investimento tecnológico

O investidor pirata compra uma empresa para sugá-la, retira os fundos de reserva, vende e arrenda de volta máquinas e imóveis, com altos lucros a curto prazo e rápido os envia à casa-mãe. Então sai, muitas vezes sem pagar os atrasados aos funcionários e à Segurança Social.

O especulativo compra ações ou empresas a preço baixo, vende-as com um lucro de 20% e some.

O investidor técnico traz para o país ou região tecnologia e sinergias às empresas locais, criando mais-valia para todos. Ele substitui importações ou exporta mais.

No Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Conselho de Desenvolvimento Económico e Social do Presidente Lula, esta análise era às vezes feita para avaliar o investimento nacional ou estrangeiro.

A ânsia do atual governo em atrair investimento estrangeiro sem esta distinção leva ao desemprego e falência de empresas locais, exceto as que têm amigos no poder.

O bom investimento muitas vezes vem de PME com tecnologia que economiza materiais, energia, faz produtos duráveis e sustentáveis.

Muitas pesquisas mostram que as inovações não são em grandes corporações, mas quase sempre em PME. Para atraí-las, a AICEP e o governo precisam de químicos e engenheiros experientes. Eles estudam o efeito multiplicador dessas tecnologias nas PME, para avaliar a nova procura por materiais, serviços e peças locais. Esta “2ª rodada” e “3ª rodada” no uso do capital inicial, para trazer exportações para a região ou país.

Por exemplo, o boom imobiliário que foi bom para o país e o Algarve nos anos 80 e 90, foi desastroso ao continuar nos anos seguintes, e fez um stock de 400 mil moradias para venda ou aluguer, sem clientes. Uns 40 mil milhões de euros que deveriam ter ido para atualizar as PME foram usados para especulação.

 

(continuará)

 

Autor: Jack Soifer é consultor internacional e autor dos livros Como Sair da Crise, Algarve/ Alentejo – My Love e Ontem e Oje na Economia.

 

 

 

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