Como conhecer o Céu de Verão

Consideram-se estrelas de Verão as que são visíveis (das nossas latitudes), aproximadamente entre as 22h00 e as 24h00, numa qualquer […]

Consideram-se estrelas de Verão as que são visíveis (das nossas latitudes), aproximadamente entre as 22h00 e as 24h00, numa qualquer noite do “meio” desta estação quente.

Devido à rotação da Terra, todos os dias a abóbada celeste completa uma volta e sobre as nossas cabeças desfilam heróis, mitologias e aventuras que os nossos antepassados imaginaram para melhor recordar e conhecer o céu.

À medida que as horas da noite passam, mais estrelas se elevam a nascente, enquanto outras se escondem a poente. Olhando para o céu muito mais tarde, digamos às 4 h00, estaremos já a ver as estrelas que se poderão observar a horas mais cómodas no Outono seguinte.

 

Um passeio entre as estrelas e constelações de Verão

As noites de Verão têm menor duração e ficam enquadradas entre um longo crepúsculo e uma aurora precoce.

Olhando na direção norte, veremos a Ursa Maior um pouco à nossa esquerda, com a cauda voltada para cima. Um pouco para a nossa direita veremos a Cassiopeia.

Entre estas duas constelações localiza-se a estrela Polar, fácil de encontrar recorrendo ao alinhamento das Guardas da Ursa Maior. O prolongamento da cauda da Ursa Maior permite-nos localizar a estela avermelhada Arcturo, no Boieiro, visível na segunda figura..

Na direção sul, pouco acima do horizonte, destaca-se a constelação do Escorpião, cujas estrelas mais brilhantes desenham uma forma que se assemelha muito a este animal (o coração é marcado pela estrela vermelha Antares). Esta constelação é característica do céu de Verão.

Pouco mais à esquerda vê-se o Sagitário, onde as estrelas mais brilhantes parecem desenhar no céu um bule de chá.

Se a poluição luminosa for muito baixa, poderemos admirar a faixa leitora da Via Láctea, marcando o plano da nossa própria galáxia, vista de perfil. Um binóculo revela-nos aí uma multidão imensa de estrelas longínquas.

Na constelação do Cisne, em forma de uma enorme cruz assemelhando-se a esta ave em voo, evidencia-se a sua estrela mais brilhante, Deneb. Repare que Deneb, juntamente com Vega (da constelação da Lira) e Altair (da Águia), formam no céu um triângulo de localização infalível para o observador: o Triângulo de Verão.

Se se tomar este triângulo como referência podem-se encontrar facilmente outras constelações de Verão.

No prolongamento da linha Deneb-Vega encontra-se um trapézio de estrelas pouco brilhantes que formam a parte central da constelação de Hércules.

Entre o Cisne e a Águia encontram-se a Seta e o Golfinho. A sul da Águia, ao longo da eclíptica, aparecem a Serpente e o Capricórnio.

Este texto é necessariamente curto, mas existem técnicas simples e práticas para localizar todas as constelações e identificar imensas estrelas com facilidade (ver caixa “Para saber mais”).
E os planetas? Eles mudam de posição em relação às estrelas e constelações, mas as suas posições mensais podem ser vistas em http://www.platanoeditora.pt/?q=C/BOOKSSHOW/7595 , acionando o link “Posições dos planetas”.

 

Texto e mapas de Guilherme de Almeida
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

Para saber mais
Guilherme de Almeida— O Céu nas Pontas dos Dedos, Plátano Editora, Lisboa, 2013.
Guilherme de Almeida — Roteiro do Céu, Plátano Editora, Lisboa, 5.ª Edição, 2010.

 

Figura 2 – Panorâmica do céu de Verão, com o observador de costas para o norte. A linha vermelha marca as estrelas que passam sucessivamente pelo zénite (ponto imaginário do céu na vertical acima do observador. O Leão (à direita) mergulha no horizonte pouco depois do início da noite.

Comentários

pub