Banda dos Bombeiros Voluntários de Monchique renasce sob a batuta de uma maestrina

A Banda dos Bombeiros Voluntários de Monchique renasceu, no sábado passado, com um concerto que tinha ainda um outro aspeto […]

A Banda dos Bombeiros Voluntários de Monchique renasceu, no sábado passado, com um concerto que tinha ainda um outro aspeto curioso: o facto de a banda ser regida por uma maestrina. É que são raras as bandas filarmónicas que em Portugal têm à frente uma mulher.

A Banda, que estava parada há cerca de uma dezena de anos, deu um concerto na Igreja Matriz da vila, festejando um regresso tão esperado, sob a batuta de Carla Travessa, professora de música, compositora, executante e…mulher do presidente da Câmara de Monchique.

Quanto ao facto de ser raro ter uma mulher a reger uma banda filarmónica, Carla Travessa salienta: «sou de Vila Franca de Xira, zona onde há muitas bandas, e nunca vi por lá nenhuma com uma maestrina, só com homens como maestros. Nem tenho conhecimento se há mais no resto do país».

Destas lides da regência de uma banda, a maestrina confessa ter ainda «pouca experiência», embora tenha muita experiência a tocar. Mas isso não a assusta.

O grupo, para já, tem apenas 18 elementos, muitos deles «músicos da banda anterior», como contou a maestrina Carla Travessa em entrevista ao Sul Informação. Mas havia três músicos – executantes de saxofone alto e percussão – «que tocaram pela primeira vez em público e integrados numa banda».

Trata-se de três jovens que, no âmbito do ensino articulado com as escolas do concelho, aprenderam música. «Mas, até entrarem na banda, eles não tinham nenhuma experiência de tocar assim, em grupo. Este foi o seu primeiro concerto», acrescentou a maestrina. E a experiência correu muito bem.

Carla Travessa quer agora lançar uma campanha, «junto dos miúdos, mas não só», para atrair mais elementos para a Banda Filarmónica dos Bombeiros de Monchique.

A banda integra músicos dos 12 anos até aos 77 anos, portugueses e estrangeiros. «Havia pessoas que já não tocavam há dez anos e cujos instrumentos até estavam enferrujados», garantiu. «Para essas pessoas de mais idade, que integravam a banda anterior, a música é a melhor coisa, por isso ficaram muito contentes por poderem voltar a tocar».

E é fácil juntar um grupo com idades tão díspares? «Isso é o mais fácil: todos eles têm em comum o mesmo gosto que é o de tocar e fazer sempre o melhor», diz Carla Travessa. O importante, sublinha, é poder «juntar gerações de pessoas com experiência, com estes mais novos, que sempre tocaram sozinhos e nunca tinham tocado em grupo».

E para a maestrina, como foi a experiência? «Para mim foi uma grande felicidade!», assegura, entusiasmada.

Quanto ao concerto de estreia na Igreja Matriz de Monchique, a maestrina explica que, «como era para motivar as pessoas, não quis escolher um repertório muito típico das bandas. Preferi pegar em músicas conhecidas, das quais consegui as partituras, como o “Postal dos Correios”, dos Rio Grande, o “Foi Deus”, da Amália. Ou seja, temas que pudessem cativar os mais velhos e os mais novos». E isso foi conseguido.

Para este primeiro concerto, a banda teve uma dúzia de ensaios, ao longo de dois meses, uma vez por semana de início e, a partir de julho, duas vezes por semana.

Em agosto, a banda vai descansar, mas em setembro a maestrina Carla Travessa assegura que vai voltar aos ensaios e às atuações públicas.

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