Paulo Portas demite-se do Governo

Paulo Portas, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, apresentou a sua demissão ao primeiro-ministro Passos Coelho, revela o jornal […]

Paulo Portas, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, apresentou a sua demissão ao primeiro-ministro Passos Coelho, revela o jornal Público, na sua edição online.

Na origem da demissão de Portas está a escolha de Maria Luís Albuquerque para substituir Vítor Gaspar, no Ministério das Finanças.

O CDS já tinha feito saber, antes da demissão de Gaspar, que preferia o atual ministro da Saúde Paulo Macedo para o lugar.

No seu comunicado de demissão, revelado pelo jornal Público, Paulo Portas lamenta que Passos Coelho tenha decidido nomear Maria Luís Albuquerque para o lugar de Gaspar, dizendo que a «decisão pessoal [de Gaspar] de sair permitia abrir um ciclo político e económico diferente. A escolha feita pelo primeiro-ministro teria, por isso, de ser especialmente cuidadosa e consensual».

No entanto, «o primeiro-ministro entendeu seguir o caminho da mera continuidade no Ministério das Finanças. Respeito mas discordo», acrescenta.

«Expressei, atempadamente, este ponto de vista ao primeiro-ministro que, ainda assim, confirmou a sua escolha. Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um ato de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível», continua Portas.

O ministro demissionário, que salienta ser a sua decisão «irrevogável», conclui dizendo que «ao longo destes dois anos protegi até ao limite das minhas forças o valor da estabilidade. Porém, a forma como, reiteradamente, as decisões são tomadas no Governo torna, efetivamente, dispensável o meu contributo».

A demissão de Paulo Portas foi por este oficializada meia hora antes da tomada de posse de Maria Luís Albuquerque, em cerimónia no Palácio de Belém, perante o Presidente da República Cavaco Silva.

 

Comunicado de Paulo Portas na íntegra:

Apresentei hoje de manhã a minha demissão do Governo ao Primeiro-Ministro”

«Com a apresentação do pedido de demissão, que é irrevogável, obedeço à minha consciência e mais não posso fazer.

São conhecidas as diferenças políticas que tive com o Ministro das Finanças. A sua decisão pessoal de sair permitia abrir um ciclo político e económico diferente. A escolha feita pelo Primeiro-Ministro teria, por isso, de ser especialmente cuidadosa e consensual.

O Primeiro-Ministro entendeu seguir o caminho da mera continuidade no Ministério das Finanças. Respeito mas discordo.

Expressei, atempadamente, este ponto de vista ao Primeiro-Ministro que, ainda assim, confirmou a sua escolha. Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um acto de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível.

Ao longo destes dois anos protegi até ao limite das minhas forças o valor da estabilidade. Porém, a forma como, reiteradamente, as decisões são tomadas no Governo torna, efetivamente, dispensável o meu contributo.

Agradeço a todos os meus colaboradores no Ministério dos Negócios Estrangeiros a sua ajuda inestimável que não esquecerei. Agradeço aos meus colegas de Governo, sem distinção partidária, toda a amizade e cooperação.

 

 

Atualizado às 17h01, acrescentando os pormenores do comunicado de Paulo Portas.

Atualizado às 17h26, acrescentando o comunicado na íntegra.

 

 

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