Tiros no pé e no Algarve

A lei a facilitar capitais acima de 5 milhões é um tiro no pé. Consultores internacionais evitam o investimento pirata, […]

A lei a facilitar capitais acima de 5 milhões é um tiro no pé. Consultores internacionais evitam o investimento pirata, que rouba o mercado aos concorrentes nacionais por ter acesso a capital barato ou ao obter crédito fiscal ou autorização para outdoors nas estradas, que os locais não conseguem.

Toleram em crises o capital especulativo, que entra hoje a comprar por preços aviltantes para sair amanhã, com um lucro de uns 30%, sem trazer benefícios para o país. Aprovam o tecnológico, o que traz algo novo para o tecido empresarial local e aqui compra material, componentes e serviços, para então exportar ou reduzir as importações.

Este investidor, ao ouvir de colegas como é a burocracia e os custos de contexto, por exemplo, os cartéis, acaba por escolher outro destino. Por exemplo, a nova Guia de Transporte, que nenhum país da UE usa, pois há formas mais simples de controlar a economia; a evasão fiscal das PME é mínima, comparada com a obtida por escritórios de fiscalistas.

Portugal tem vantagens competitivas, entre outros setores, em uniformes especiais, mobiliário, pedra ornamental, turismo de natureza, turismo de saúde, estágios de inverno para atletas, golfe, reconstrução de motores de camiões e máquinas para estradas, equipamentos para energia do mar (por nós desprezada), biodigestores para biogás.

Entre os produtos de consumo: vinho, alimentos biológicos, agro-indústria artesanal, azeite virgem, pescado, flores, olarias, botas de segurança, vestidos de noite, fatos à medida.

E ainda a contratação de empresas lusas para, no exterior, realizar a grande manutenção de iates, co-elaborar projetos de construção naval, e muito mais.

Estes investimentos exigem apenas uns 50 mil euros por posto de trabalho, enquanto a grande empresa uns 800 mil. Assim, com 1 milhão a PME tecnológica traz 20 empregos e a pirata, um a dois.

No Algarve, a caça às PME por causa das inúteis Guias de Transporte, que não há em outros países da UE, pois o seu controlo é feito cruzando outros dados, trouxe aos turistas um clima de insegurança e indagam se há por cá uma ETA, pois assim viram a Espanha há dez anos.

Ao atrair a especulação e não criar postos de trabalho, o ministro das Finanças aumenta o desemprego, que traz desespero, criminalidade e trará muitos tiros no Algarve.

 

Autor: Jack Soifer é autor dos livros «Como Sair da Crise», «Algarve/Alentejo – My Love» e «Ontem e Oje na Economia»

 

Comentários

pub