Caçorino acusa Manuel da Luz de fugir «deliberadamente à verdadeira questão» do caso Portimão Urbis

O candidato do CDS à Câmara de Portimão acusa o atual presidente Manuel da Luz de fugir «deliberadamente à verdadeira […]

O candidato do CDS à Câmara de Portimão acusa o atual presidente Manuel da Luz de fugir «deliberadamente à verdadeira questão» do caso Portimão Urbis: «os factos sob investigação referem-se não ao dinheiro saído da autarquia para a empresa municipal, mas sim aos pagamentos e adjudicações efetuados por esta empresa municipal a terceiros».

Num comunicado de resposta à declaração pública de Manuel da Luz feita ontem, seis dias após a detenção de cinco pessoas, entre as quais o vice-presidente e um vereador da autarquia, José Pedro Caçorino sublinha que, «sobre estes factos concretos, nem uma palavra do Sr. Dr. Manuel da Luz! Provavelmente, nada sabe e não é, como nunca foi, nada com ele!».

Caçorino acusa ainda o autarca socialista de «querer esconder» que as questões políticas que o caso Portimão Urbis suscitou «exigiam de imediato a um verdadeiro líder uma palavra, um sinal inequívoco de apoio e de solidariedade para com os seus colegas» e uma «mensagem clara de confiança» nos funcionários da autarquia e da empresa municipal.

O candidato centrista salienta que «ao fim de seis dias, para quem ainda tinha dúvidas, ficou finalmente claro que o Sr. Presidente da Câmara Municipal considera que os funcionários não foram minimamente afetados pelos factos ocorridos desde 19 de Junho de 2013».

Acusa ainda o autarca socialista de se escudar «em putativos argumentos de ordem formal – uma notificação judicial – para justificar o que, do ponto de vista político, não tem qualquer explicação plausível: seis dias de silêncio sobre uma suspeita insuportável que impende sobre dois dos seus Vereadores e sobre o Administrador da Portimão Urbis SGRU, E.M., S.A. por si nomeado».

José Pedro Caçorino diz também que Manuel da Luz se esqueceu que «apenas a clarificação das questões jurídico–administrativas que refere no seu comunicado (redistribuição de pelouros e nomeação de novos administradores das empresas municipais) poderia aguardar por uma notificação do tribunal».

O candidato do CDS considera igualmente que o atual presidente da autarquia «opta por um lamentável e inócuo exercício de autojustificação, próprio de quem foi ultrapassado pelos factos e pela realidade e de quem, ao longo dos últimos anos, escolheu deliberadamente “enterrar a cabeça na areia” em relação à gestão da Portimão Urbis».

«Porquê esperar por factos desta gravidade para [ordenar] uma auditoria financeira à empresa municipal cuja gestão financeira sempre foi objeto de críticas, dúvidas e reparos públicos?», interroga, no seu comunicado.

José Pedro Caçorino acusa ainda Manuel da Luz de faltar «deliberadamente à verdade quando afirma que as contas da empresa municipal estão auditadas e têm merecido o parecer favorável do Revisor Oficial de Contas».

Em relação à suposta inexistência de indícios, alegada por Manuel da Luz na sua declaração, o candidato do CDS diz que o presidente «nega evidências repetidamente expressas por toda a Oposição nas reuniões da Assembleia Municipal de Portimão ao longo dos últimos anos, na comunicação social e em intervenções nas redes sociais».

«Será esta a prova definitiva do desprezo atribuído pelo Dr. Manuel da Luz e pelo restante executivo aos representantes legitimamente eleitos pelo povo? Negar que existiam indícios de má gestão na “Portimão Urbis” e que os mesmos foram denunciados nos órgãos próprios é a mesma coisa que o Dr. Manuel da Luz vir dizer que não sabia que o Rio Arade desagua no Oceano Atlântico!», acrescenta.

Caçorino salienta também aquilo que considera ser uma «preocupação inaudita» do presidente da Câmara «em justificar as transferências da autarquia para a Portimão Urbis, dizendo que cada cêntimo que saiu da autarquia foi objeto de um contrato programa com a empresa municipal».

O presidente da Câmara de Portimão disse ontem, na sua declaração pública sobre o caso Portimão Urbis, que, «se tivesse tido conhecimento de algum indício grave, teria procedido em conformidade».

«As pessoas em causa sempre mereceram a minha confiança pessoal e política. Só nesse quadro foram convidados a integrar o meu executivo e as Administrações das empresas municipais», acrescentou Manuel da Luz, durante a leitura da sua declaração de dez minutos e três páginas sobre o caso que tem estado a abalar a autarquia.

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