Susana Travassos e Chico Saraiva viajam do Tejo ao Tietê com concertos em Vila Real de Santo António e Olhão

A cantora portuguesa Susana Travassos e o compositor-violonista brasileiro Chico Saraiva apresentam «Tejo-Tietê», em concertos marcados para dia 9 de […]

A cantora portuguesa Susana Travassos e o compositor-violonista brasileiro Chico Saraiva apresentam «Tejo-Tietê», em concertos marcados para dia 9 de maio, às 22h00, no Centro Cultural António Aleixo, em Vila Real de Santo António, e no dia 10, às 21h30, no Auditório Municipal de Olhão.

É a voz ativa de compositores e poetas, de hoje e de há pouco, de Portugal e do Brasil, que se ouve em «Tejo-Tietê» pela voz de Susana Travassos e através do violão de Chico Saraiva, onde se confundem com extremo cuidado Villa Lobos, João Gilberto e o Fado.

Não é preciso mais do que voz e violão para transportar, em suaves tessituras, toda a complexa trama de dois mundos de cantar distinto, unidos mais na atração pela diferença do que na semelhança de personalidades. A tristeza, esse tão temível e adorado lugar da falta e do anseio, dá a tónica ao trabalho e guia a confluência desse dois rios tão distantes.

Ouvimos, assim, o que se pode traduzir como Música Portuguesa Brasileira, no caso deste encontro do compositor e violonista Chico Saraiva, carioca radicado em São Paulo, com a cantora lusitana Susana Travassos.

Ela lançou seu primeiro álbum a solo em homenagem a Elis Regina (1945-1982), em 2008, agora canta inéditos de Saraiva com letras de Tiago Torres da Silva (poeta com profunda experiência na canção brasileira), Villa-Lobos (Melodia Sentimental) e Elomar (Cavaleiro de São Joaquim), além de outras do violonista com diferentes parceiros, incluindo a própria cantora.

Do repertório português destacam-se Sei de um Rio (Pedro Homem de Mello/Alain Oulman), Verdes Anos (Carlos Paredes) e O Tejo (José Peixoto/Pedro Ayres Magalhães) lançada pelo grupo Madredeus. O timbre vocal de Susana, aliás, lembra ligeiramente o de Teresa Salgueiro, ex-cantora do grupo.

Com produção musical de Paulo Bellinati, «Tejo-Tietê» mescla fontes sonoras de lá com as de cá, unidas pela melancolia ancestral, pelo navegar preciso por heranças do fado e da bossa nova, entre o erudito e o popular. São diferenças que se espelham e desaguam num mar de beleza ímpar.

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