Investigador português descobre ameaças para a sobrevivência de albatrozes na Antártica

Condições ambientais anormais podem vir a afetar a sobrevivência de predadores de topo na Antártica, revela um estudo liderado por […]

Condições ambientais anormais podem vir a afetar a sobrevivência de predadores de topo na Antártica, revela um estudo liderado por José Xavier, investigador do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra.

As mudanças ambientais muito rápidas que se têm vindo a registar na região da Antártica podem vir a afetar a sobrevivência de predadores de topo, conclui uma investigação internacional, liderada pelo investigador do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra (UC), José Xavier.

Financiado pela British Antarctic Survey e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o estudo em que participaram também oito cientistas do Reino Unido, França e Alemanha, mostra que predadores de topo, como os albatrozes, não são capazes de encontrar alimento suficiente num ano em que o Oceano Antártico está anormalmente quente, levando a que os seus filhotes morram de fome, pondo em risco a sobrevivência destes predadores de topo caso estes anos fiquem mais frequentes.

«O surpreendente deste estudo é a incapacidade dos albatrozes de encontrarem comida a tempo de salvar os seus filhotes. Como predadores de topo, julgaríamos que poderiam lidar com a falta do seu alimento preferido, podendo mudar para outro alimento facilmente”, afirma José Xavier, autor principal do estudo.

No entanto, prossegue o investigador, «ao analisarmos a sua dieta em muito detalhe, notamos que quando o Oceano Antártico começa a aquecer naquela região, eles tentam ir mais para longe à procura de alimento alternativo, mas sem sucesso».

Este estudo realça a falta de flexibilidade de predadores do Oceano Antártico de se adaptarem às alterações ambientais, o que poderá levar a estarem em risco de sobrevivência, caso aumente a frequência destes anos anómalos.

 

Autora: Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa – Universidade de Coimbra)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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