ETAR de São Marcos da Serra vai finalmente ser construída

A empresa Águas do Algarve acaba de consignar à Martifer a obra de construção da Estação de Tratamento de Águas […]

A empresa Águas do Algarve acaba de consignar à Martifer a obra de construção da Estação de Tratamento de Águas Residuais ( ETAR) de São Marcos da Serra e o respetivo Sistema Intercetor, empreitada que custará pouco mais de 850 mil euros.

Trata-se de uma obra que há muito é reclamada pelo concelho de Silves e pela população de São Marcos da Serra, já que permitirá acabar com a descarga de esgotos sem tratamento na Ribeira de Odelouca, como agora acontece. Para mais porque, a jusante, fica a Barragem de Odelouca, que recebe as águas da bacia daquela ribeira.

Curiosamente, a ETAR sempre foi uma das obras reclamadas pela anterior presidente da Câmara de Silves, Isabel Soares, que é agora a administradora-delegada das Águas do Algarve.

Em declarações ao Sul Informação, Isabel Soares explica que se trata de «uma obra fundamental não só para as populações de São Marcos que serão diretamente beneficiadas, como para todo o concelho de Silves e para o Algarve, uma vez que este investimento permitirá melhorar a qualidade dos recursos hídricos».

«Estas águas residuais sem tratamento são ainda hoje descarregadas na ribeira, sem tratamento, e acabam por ir para a albufeira de Odelouca, uma situação que não podia continuar», acrescentou a administradora-delegada das Águas do Algarve.

A empreitada inclui a execução das obras de construção civil (movimentos de terras, órgãos de betão armado e circuitos hidráulicos), o fornecimento e montagem de equipamentos (metalomecânicos, eletromecânicos, elétricos, automação e instrumentação) da ETAR de São Marcos da Serra que será dimensionada para uma população equivalente de 1000 habitantes, e a construção de duas estações elevatórias e respetivo sistema intercetor.

A futura ETAR servirá os lugares de S. Marcos da Serra, Estação de S. Marcos e Cruzamento, da freguesia de S. Marcos da Serra, e ficará localizada na margem esquerda da Ribeira de Odelouca.

Os lugares abrangidos por este Sistema são atualmente servidos por rede de drenagem de águas residuais com descargas diretas para a Ribeira de Odelouca.

«A afluência à ETAR de S. Marcos da Serra é predominantemente de origem doméstica e prevê-se que o quadro de qualidade da descarga seja atingido pela linha de tratamento, que compreende a fase líquida e fase sólida, numa única linha», explica a empresa Águas do Algarve.

A rede de drenagem de águas residuais atualmente em funcionamento em S. Marcos da Serra serve a maior parte da povoação. As águas residuais geradas são lançadas sem qualquer tratamento prévio em quatro pontos da Ribeira de Odelouca.

No entanto, «para eliminar estas descargas e encaminhar graviticamente a totalidade das águas residuais para um único ponto, para posterior tratamento conjunto, será necessário remodelar e complementar a rede em quatro zonas».

Assim, o sistema intercetor gravítico a construir inclui a eliminação de todas as descargas para a ribeira, atualmente existentes, a construção de um atravessamento da Ribeira de Odelouca, bem como dos emissários de ligação ao poço de bombagem, incluindo o que transportará as águas residuais geradas na zona dos restaurantes situados junto ao IP-1 e que atualmente são também descarregadas na Ribeira de Odelouca.

A Águas do Algarve sublinha, nesse contexto, que a construção desta ETAR proporciona «a melhoria direta e indireta das condições sanitárias das populações locais», mas também «uma melhoria da qualidade dos meios hídricos na zona».

As melhorias passam, por um lado, por servir populações até agora carenciadas deste tipo de infraestruturas, e, por outro, implicam a desativação das instalações de tratamento antigas com más condições de funcionamento, devido ao subdimensionamento, bem como a expansão prevista para as diferentes áreas servidas».

«Com este investimento, ganham as populações envolvidas, e ganha o meio ambiente», conclui a nota de imprensa das Águas do Algarve.

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