Arte Sacra do Algarve mostra-se em exposição inédita no Museu de Portimão

«Através do itinerário das mais de 50 peças expostas, provenientes de todo o Algarve, mesmo da serra, [podemos] conhecer a […]

«Através do itinerário das mais de 50 peças expostas, provenientes de todo o Algarve, mesmo da serra, [podemos] conhecer a importância deste património cultural e religioso e o que representa de expressão de fé do povo algarvio». Foi assim que D. Manuel Neto Quintas, Bispo do Algarve, descreveu a exposição «Creio», que este sábado, dia 25, abriu no Museu de Portimão.

«”Creio” é um título simples na sua formulação, mas profundamente denso no seu conteúdo», acrescentou ainda o Bispo D. Manuel.

Manuel da Luz, presidente da Câmara de Portimão, por seu lado, começou por constatar que «toda a gente sabe que tenho uma relação afetiva e efetiva com a Igreja», para logo acrescentar: «mas essa não é a única razão para que o município se envolva numa exposição desta natureza».

Citando Habermas e Dostoievsky, entre outros autores, o autarca salientou que o «património religioso é um elemento fundante, estruturante», da Europa, e lembrou o papel que defende para Portimão, como «cidade educadora», que eduque para «a paz, a liberdade, a convivialidade, a humanização das coisas e das estruturas», em suma, que «privilegie a cidadania».

A exposição é, segundo Manuel da Luz, «uma oportunidade imperdível de contemplar expressões da utopia». «O Município de Portimão orgulha-se e revê-se neste acontecimento cultural único», concluiu o autarca.

À inauguração da exposição, a que assistiram largas dezenas de pessoas, enchendo por completo a sala, seguiu-se uma atuação do coro da Igreja Matriz de Portimão, dirigido pelo maestro António Alves.

Foi depois a vez de uma visita comentada pelo Padre Mário Sousa, o pároco da Matriz de Portimão, a quem, no fundo, se deve a ideia desta mostra que é inédita, já que nunca antes se tinha mostrado num mesmo local as mais importantes e significativas peças do património de arte sacra do Algarve.

 

…a moeda romana

No fim da visita, e depois de Faustina, a mulher do imperador Marco Aurélio, ter andado à solta pelo Museu, acompanhada de um escravo grego e de duas das suas damas, foi a vez de apresentar ao público, pela primeira vez, a moeda de ouro romana conhecida como «Aureus de Faustina», encontrada no leito do Arade em 1970, durante dragagens no rio, mas só agora devolvida ao seu local original, a cidade de Portimão.

«Oh…tão pequenina!», foi a exclamação que mais se ouviu, quando finalmente, numa vitrina em destaque no átrio do Museu, foi exposta a belíssima moeda de ouro, com cerca de dois mil anos. Pequenina, de facto, mas muito bela, a justificar, só por si, uma visita ao Museu.

 

…o bolo

Finalmente, a marcar o 5º aniversário do Museu de Portimão, que este sábado, dia 25 de maio, se comemorava, surgiu o bolo gigante, mais uma vez saído das mãos artísticas de dois funcionários do Museu – a Vera Santos e o Nuno Silva.

Representando uma traineira em plena faina da sardinha, o bolo foi recebido com aplausos…e degustado com ainda maior satisfação. Apesar de haver quem até achasse que era «mal empregado comer um bolo tão bonito».

 

…a Corrida Fotográfica

Entretanto, ao longo do dia estava a decorrer a 13ª Corrida Fotográfica de Portimão, que reuniu perto de 150 concorrentes. A partida foi dada às 9h00 do Museu e o regresso foi também lá, às 20h00, contando, pelo meio, com uma passagem pelos principais pontos das três freguesias do concelho. Daqui a uns meses se verá o resultado deste dia de trabalho fotográfico, sob sol bem quente.

 

…Faustina e o seu séquito

Uma palavra ainda para a Faustina e o seu séquito. A mulher do imperador romano Marco Aurélio foi incarnada pela Rita Araújo, que se fazia acompanhar de um escravo grego (Francisco Vicente), e de duas damas romanas (Beatriz Andrade e Andreia Costa).

Os quatro jovens atores são estagiários do curso profissional Técnico de Artes do Espetáculo – Interpretação da Escola Secundária Pinheiro e Rosa, de Faro, orientadas pela professora Ana Cristina Oliveira, no âmbito do Acordo de Colaboração entre a Direção Regional de Cultura do Algarve  e aquela entidade. Os mesmos alunos são os responsáveis pelas visitas encenadas que decorrem nas ruínas romanas de Milreu, em Estoi (Faro).

 

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