Candidato do PS a Faro Paulo Neves contra fusão dos hospitais algarvios

O candidato do PS à Câmara de Faro Paulo Neves insurgiu-se esta terça-feira contra a   intenção do Governo em criar […]

O candidato do PS à Câmara de Faro Paulo Neves insurgiu-se esta terça-feira contra a   intenção do Governo em criar o Centro Hospitalar do Algarve, através da Fusão do Hospitais de Faro e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, em Portimão, recém-aprovada em Conselho de Ministros.

O socialista considerou mesmo «irrazoável» admitir o funcionamento alternado das urgências das duas unidades de saúde

O também diretor do grupo Hospitais Privados de Portugal (HPP) no Algarve exigiu que «haja apresentação e discussão do Plano Estratégico para que se conheçam as opções e os riscos da medida», saber «os verdadeiros motivos e fundamentos desta decisão» e que «haja investimento na requalificação das unidades e não que se coloquem os profissionais uns contra os outros e todos nós confiando menos no serviço público de saúde».

Numa nota enviada às redações, Paulo Neves defendeu que «nos termos legais e sob um critério mínimo de bom senso, esta decisão teria sempre de ser tomada com base num Plano Estratégico da Rede Hospitalar da Região que se desconhece tenha havido ou sido concluído e portanto ainda menos tenha sido participado pelos agentes e destinatários da medida, por isso as perplexidades que provoca».

«É irrazoável alguma vez pensar como admissível, como na reação do Presidente da ARS, aceitar-se o funcionamento alternado das urgências entre as duas unidades hospitalares que distam entre si quase 70 quilómetros. Evidente se torna que esta medida não tem como alvo a melhoria da prestação de cuidados às pessoas, subjacente aos fundamentos do Serviço Nacional de Saúde, mas tão somente um interesse economicista que ainda assim não se revela de imediato apenas na gestão de recursos comuns ou de um único Conselho de Administração», considerou.

Isto porque, considerou, esta será uma decisão que irá afetar «pacientes, famílias, pessoal clínico, meios auxiliares de diagnóstico de cada unidade e ainda, muito importante, a imagem de segurança da região para suporte à atividade económica fundamental à sua sustentação com o aumento dos picos de procura e que envolva os serviços de referenciação/cuidados de saúde primários concelhios».

O candidato socialista a Faro revelou ainda que o Hospital de Faro, até final de 2012, «reduziu a sua prestação de cuidados aos pacientes que procuram o Serviço Público em quase 30 por cento», algo que só pode dever-se «a critérios economicista», acredita.

«Mas com esta decisão, afinal, o que se pretende é fazer aumentar a produção com a transferência interna, entre hospitais, de doentes fazendo com que a unidade de Faro ultrapasse os limites da sua capacidade em áreas criticas piorando a qualidade da prestação a todos à custa de valências que, ou serão transferidas ou, noutras especialidades, a recursos humanos que sairão de Faro», considerou.

Paulo Neves concluiu apelando a que «não se reduza tudo a números porque o SNS serve as pessoas, cada um de nós, sejamos de Faro ou do Barlavento».

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