Durante 50 minutos, ainda pareceu que a história se podia repetir em Olhão. Mas o Benfica marcou o primeiro e pouco depois o segundo e selou o resultado de um jogo que dominou por completo, conseguindo uma vitória em Olhão que lhe fugia de há três épocas, em jogos do campeonato.
O Olhanense perdeu contra o líder do campeonato em casa por 2 a 0 e desceu para a 14ª posição, logo acima da linha de água, com os mesmos pontos que a Académica (13º) e Moreirense (15º).
O Olhanense entrou em campo com uma postura muito defensiva, abdicando de um ponta-de-lança, apostando em colocar avançados rápidos nas alas e em povoar muito o meio campo e a defesa. Um autocarro, diriam alguns, pragmatismo disse Manuel Cajuda no final do jogo, alegando que se colocasse «cinco contra cinco» a meio campo, iria perder a luta.
Mesmo com mais elementos, a luta foi renhida, mas perdida de qualquer forma. Os golos do Benfica foram ambos marcados de fora da área, em zona central, um deles pelo médio defensivo Matic. Mas é verdade que o Olhanense conseguiu suster o Benfica por 52 minutos, minuto em que Salvio marcou o primeiro golo.
«A estratégia da primeira parte resultou na perfeição», considerou mesmo Manuel Cajuda. A ideia, assumiu, era defender, uma vez que defrontou um «enorme Benfica» e «não se pode jogar 90 minutos ao ataque» contra uma equipa destas. «Não quero ser o homem mais inteligente do cemitério», ilustrou.
«O que temos de perguntar é quando é que podemos fazer alguma coisa», contrapôs o técnico olhanense. Hoje, no José Arcanjo, essa possibilidade não surgiu para a equipa da casa. Pelo que se viu em campo, a estratégia montada daria, no máximo, para manter o nulo, uma vez que as oportunidades de golo do Olhanense foram praticamente inexistentes.
Basta referir que o primeiro remate da equipa algarvia foi aos 57 minutos e sem perigo para a baliza de Artur. O guarda-redes do Benfica acabou por ser mais um espetador.
No final do jogo, Jorge Jesus considerou que já esperava um jogo complicado, principalmente «devido ao mau estado do relvado». Mas adiantou que o facto de o Benfica só ter marcado na segunda parte não significou nada. «Não podemos chegar sempre ao intervalo a ganhar por dois ou três. Seria bom, mas o futebol não é assim», ilustrou.
Desta vez, o Olhanense não conseguiu surpreender o Benfica, perante uma casa quase cheia (ainda que os benfiquistas estivessem em clara maioria), mas continua «a depender só de si» para se manter na Liga Zon Sagres, lembrou Cajuda.
A próxima grande prova será daqui a duas jornadas, altura em que a equipa de Olhão vai visitar o Gil Vicente, que está apenas um ponto à sua frente na tabela classificativa. Mas isso só acontecerá depois de os algarvios receberem o Vitória de Guimarães.
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