Cavaco Silva quer que o Governo dê prioridade ao combate ao desemprego

O Presidente da República Cavaco Silva considerou esta quinta-feira que «o combate ao desemprego deve ser uma prioridade da ação […]

O Presidente da República Cavaco Silva considerou esta quinta-feira que «o combate ao desemprego deve ser uma prioridade da ação governativa» e avisou os agentes políticos, económicos e sociais que «têm de estar conscientes que deverão atuar num horizonte temporal mais amplo do que aquele que resulta dos calendários eleitorais».

No discurso oficial das comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, que pode ser lido na íntegra no site oficial da Presidência da República, o Chefe-de-Estado realçou «o agravamento do desemprego e o aumento do risco de pobreza, em resultado de uma recessão económica cuja dimensão ultrapassa, em muito, as previsões iniciais», aquele que é «o problema mais dramático que Portugal enfrenta».

«Esta destruição de capital humano coloca graves problemas pessoais, familiares e sociais, tendo ainda um impacto muito negativo sobre o crescimento potencial da nossa economia», disse, em relação à taxa de desemprego.

Neste campo, o Presidente da República destacou o desemprego entre os jovens, que «atinge os 40 por cento», mas também «outro grupo tem sido gravemente afetado e infelizmente esquecido». «Refiro-me àqueles que têm entre 45 e 65 anos de idade e que se encontram expostos, de forma particular, ao risco de exclusão permanente do mercado de trabalho», explicou.

Cavaco Silva aproveitou a ocasião para fazer um balanço dos dois anos de Programa de Assistência Financeira e apelou a consensos, uma vez que acredita que «Portugal não está em condições de juntar uma grave crise política à crise económica e social em que está mergulhado», sob o risco de regredir «para uma situação pior».

«Se se persistir numa visão imediatista, se prevalecer uma lógica de crispação política em torno de questões que pouco dizem aos Portugueses, de nada valerá ganhar ou perder eleições, de nada valerá integrar o Governo ou estar na Oposição», considerou. 

«Que não haja ilusões. Portugal tem de preparar-se para o final do Programa de Assistência, o que irá ocorrer já no próximo ano», defendeu Cavaco Silva.

Quanto à intervenção da Troika, «é indiscutível que a execução do Programa tem revelado consequências gravosas, que se fazem sentir duramente no dia-a-dia dos Portugueses, em especial daqueles que não têm emprego».

Ainda assim, Cavaco Silva fez questão de realçar «os objetivos alcançados», nomeadamente «o equilíbrio das contas externas, um resultado que não era atingido desde há muito».

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