Biblioteca de Loulé entra para a rede de bibliotecas associadas da UNESCO

A Biblioteca Municipal Sophia de Mello Breyner Andresen, em Loulé, recebeu esta quinta-feira o certificado de Biblioteca Associada da UNESCO, […]

A Biblioteca Municipal Sophia de Mello Breyner Andresen, em Loulé, recebeu esta quinta-feira o certificado de Biblioteca Associada da UNESCO, das mãos da secretária executiva da Comissão Nacional da UNESCO em Portugal, Manuela Galhardo, passando a integrar a rede de bibliotecas associadas daquela organização internacional, composta por 500 bibliotecas de todo o mundo, 11 das quais portuguesas. No Algarve, Loulé será a segunda biblioteca a receber esta distinção, a par de Olhão.

Desde 2003 que a Comissão Nacional da UNESCO tem vindo a apostar na sua implantação da Rede de Bibliotecas Associadas da UNESCO (Rede UNAL – UNESCO Associated Libraries).

O projeto internacional, definido pela Organização desde 1985 e já posto em prática noutros estados-membros, tem como objetivo primeiro a promoção da leitura e do livro como ferramentas essenciais para o desenvolvimento do saber, do entendimento e da cooperação internacional.

O principal objetivo desta Rede é incentivar as bibliotecas a desenvolver atividades nos domínios da UNESCO, entre elas a defesa dos direitos humanos e da paz, a promoção do diálogo intercultural, proteção do ambiente ou luta contra a iliteracia.

Para esta candidatura, a Biblioteca Municipal de Loulé apresentou o projeto CIVITAS – Bibliotecas para a Sociedade Civil que abrangeu projetos já existentes como o Bibliomóvel, uma viatura que se desloca às zonas mais afastadas e carenciadas do Concelho para disponibilizar alguns dos serviços disponíveis na Biblioteca, o projeto Leia, que pretende levar a leitura a pessoas que não o conseguem fazer pelos seus próprios meios, nomeadamente em lares de terceira idade, centros de dia, infantários, instituições sociais direcionadas para portadores de deficiência ou unidades de saúde, o projeto intergeracional Estórias em Família, os Clubes de Leitura, ou os vários projetos ligados à integração da comunidade estrangeira como é o caso do protocolo existente com a Associação DOINA.

Como explicou Manuela Galhardo, o que distingue uma Biblioteca Associada da UNESCO é que, para além das funções habituais numa biblioteca, que têm que ser preservadas, nomeadamente o combate à iliteracia ou a captação de públicos e de novos públicos, tem a ver com o seu papel no tecido social em que se insere, com os projetos que é capaz de desenvolver no sentido de promover também a coesão social e contribuir para o desenvolvimento do concelho em que se insere.

Esta responsável realçou o facto de mais do que uma distinção, este momento significar “a confirmação da qualidade que esta Biblioteca já tinha e o indicar aos seus leitores que fazem parte de uma comunidade privilegiada, na medida em que têm acesso e pertencem a uma biblioteca que tem um lugar especial no plano mundial, num universo de 195 estados-membros”.

No âmbito desta integração mundial, de acordo com Manuela Galhardo é fundamental refletir sobre os valores a preservar, para além do combate à iliteracia, nomeadamente os caminhos que levam a uma maior utilidade social na comunidade onde se insere. “No caso concreto desta Biblioteca, aponta para uma aposta grande em tudo o que tem a ver com o diálogo intergeracional, desde os pré-leitores até aos leitores seniores, onde quer que se encontrem, e também dos novos públicos, nomeadamente as comunidades estrangeiras que são bem acolhidas neste Concelho”, adiantou a representante da UNESCO.

Passados 11 anos desde a inauguração deste equipamento, a vereadora Teresa Menalha sublinhou “o trabalho notável que foi desenvolvido em prol do livro, da leitura, do conhecimento, dos valores e da cidadania”, e que levou ao reconhecimento da qualidade de Biblioteca Associada da UNESCO.

“Soube afirmar a sua missão, um serviço público gratuito que proporciona o livre acesso à informação, à formação e à cultura, a todos os munícipes. Soube ainda estar atenta e preparada para assumir a sua responsabilidade social – dar resposta aos desafios lançados à sua própria comunidade – e para assumir um papel hoje fundamental no desenvolvimento das pessoas, o seu bem-estar, os seus direitos e a igualdade de oportunidades. Mas, simultaneamente, também soube atrair novos públicos, ocupar novos espaços, reinventar a leitura e partilhar o conhecimento”, considerou esta representante do Município.

A vereadora falou do “papel formativo, informativo, cultural e social que influi positivamente na vida da nossa comunidade”. “É esse o compromisso que assumimos e que a distinção que hoje recebemos nos desafia a melhorar e a intervir. Começa aqui uma desafiante e exigente etapa da vida da Biblioteca Municipal de Loulé, agora e a partir de agora, alicerçada nos objetivos e nos valores da UNESCO”, considerou ainda Teresa Menalha.

Já o presidente da Câmara Seruca Emídio disse que esta distinção é um incentivo de grande significado e que contribui para a valorização do Município.

Neste momento foi também inaugurada no átrio da Biblioteca a Exposição “Olhares sobre o Património Cultural Imaterial”, um desafio lançado ao Centro UNESCO Imagem, Som e Criatividade, e que reflete o seu olhar artístico e simbólico sobre o património que começa agora a ter visibilidade acrescida e a despertar o interesse da sociedade portuguesa.

Comentários

pub