Peixes reproduzidos em cativeiro voltam ao meio natural em Torres Vedras, Odemira e Silves

Milhares de peixes reproduzidos em cativeiro vão ser libertados no meio natural em diversos cursos de água do Oeste (Torres […]

Milhares de peixes reproduzidos em cativeiro vão ser libertados no meio natural em diversos cursos de água do Oeste (Torres Vedras) e Sul do País (Odemira e Silves), durante o meses de Março e Abril, numa iniciativa do Aquário Vasco da Gama, do Centro de Biociências do ISPA e da Quercus.

Este projeto, que conta ainda como parceiros a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa, a Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos e que teve a EDP e a UNICRE como mecenas, está em curso desde 2008 com o objetivo de reproduzir e manter populações ex situ de algumas das espécies de peixes de água doce mais ameaçadas no continente português no nosso país, como o ruivaco do Oeste (Achondrostoma occidentale), a boga-portuguesa (Iberochondrostoma lusitanicum), o escalo do Mira (Squalius torgalensis), o escalo do Arade (Squalius aradensis) e, a boga do Sudoeste (Iberochondrostoma almacai).

Os repovoamentos serão efetuados em troços dos rios de origem (dos indivíduos inicialmente capturados para reprodutores) que apresentem características favoráveis à sobrevivência e reprodução dos peixes.

Sempre que possível, estes troços encontram-se associados a projetos, como acontece no rio Alcabrichel e na ribeira do Torgal.

Preferencialmente, prevê-se a utilização destas populações em ações de repovoamento dos rios associadas a projetos de recuperação de linhas de água, e envolvendo em interligação com cidadãos e entidades que localmente efetuam vigilância uma monitorização mais ou menos formal das bacias hidrográficas onde são libertados os peixes.

O projeto de reprodução em cativeiro está a ser desenvolvido em instalações do ICNF, localizadas em Campelo, concelho de Figueiró dos Vinhos, geridas pela Quercus, e no Aquário Vasco da Gama, em OeirasAlgés.

 

Cursos de água invadidos e degradados = extinção de espécies!

Os cursos de água nacionais encontram-se hoje sob forte pressão, estando muitos deles sujeitos a uma degradação extrema.

Os efeitos combinados das descargas de poluentes, urbanos e industriais, que contaminam os cursos de água com excesso de nutrientes, a que se juntam verões prolongados e secos com pouca chuva, tornam-se devastadores para os organismos fluviais.

Em paralelo, a proliferação de espécies invasoras, vegetais e animais (as canas ou as acácias e a perca-sol ou o lagostim-vermelho), e as más-práticas de intervenção nos habitats ribeirinhos, contribuem também para aumentar os riscos a que se encontram sujeitas, em termos de conservação, as espécies de peixes dulçaquícolas. Tudo isso está a colocar em risco algumas espécies, contribuindo para a sua pré-extinção.

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