Grupo Freitasmar já inaugurou nova fábrica de conservas no Porto de Olhão

A nova fábrica do grupo Freitasmar em Olhão, situada no Porto de Pesca desta cidade algarvia, foi inaugurada esta quarta-feira. […]

A nova fábrica do grupo Freitasmar em Olhão, situada no Porto de Pesca desta cidade algarvia, foi inaugurada esta quarta-feira. A nova unidade vai permitir melhorar a capacidade produtiva do grupo na região e destina-se à produção de conservas de cavala, atum e sardinha em azeite, com o mercado italiano como principal destino.

A partir da próxima semana, os cerca de cem funcionários da empresa que trabalham neste momento nas velhinhas instalações da antiga fábrica Pacheco, em Olhão, adquirida há alguns anos pelo grupo Freitasmar, vão passar a trabalhar na nova unidade.

«Na segunda-feira de manhã, devemos acabar a mudança para a nova fábrica, no Porto de Olhão», revelou ao Sul Informação o empresário José Maria Freitas. Segundo o responsável máximo pela Freitasmar, nesta fase vão mudar perto de cem funcionários, mas a ideia é «chegar aos 120 ou 130 até final do ano».

Na antiga fábrica Pacheco, trabalham «cerca de 90 trabalhadores, embora nos últimos tempos tenhamos aumentado para cem, tendo em conta a mudança para as novas instalações», revelou. À força de trabalho que era necessária na antiga fábrica, o grupo português pensa juntar «mais 30 trabalhadores até final de 2013».

A nova fábrica tem uma dimensão aproximada de 5 mil metros quadrados e a sua construção exigiu um investimento de cerca de 5,5 milhões de euros da parte da Freitasmar, «comparticipados em cerca de 2 milhões de euros por fundos comunitários e nacionais».

Na cerimónia, e segundo nota de imprensa da Câmara de Olhão, o empresário José Maria Freitas fez questão de sublinhar que «o Eng. Francisco Leal [presidente da autarquia] teve confiança ilimitada de que esta obra ia ser levada a cabo e estava preocupado com o futuro dos funcionários da J. A. Pacheco. Decidimos manter os postos de trabalho e criar novos, ajudando assim a economia do País».

O empresário criticou ainda a forma como «a nós, na Europa, tudo é exigido, mas as portas estão abertas para outros mercados, sem restrições. Caminhamos numa direção muito perigosa!».

Em dia de festa para Olhão, o presidente da Câmara Francisco Leal não deixou de elogiar a manutenção dos postos de trabalho da J. A. Pacheco, cujos funcionários passam agora a laborar na nova fábrica Freitas Mar.

«O Dr. José Freitas sempre nos descansou. É um homem de grande iniciativa, não se faz uma fábrica destas de ânimo leve. Temos de elogiar os empresários que fazem este tipo de apostas», sublinhou Francisco Leal.

«Esta é uma fábrica do séc. XXI, que pode rivalizar com o que de melhor existe na Europa, mas também temos outras empresas que estão a fazer um ótimo trabalho nesta área em Olhão», destacou ainda o autarca.

«Esta é uma área que tem futuro», referiu por sua vez o secretário de Estado do Mar Pinto de Abreu. «Esta fábrica, no âmbito da economia do mar, tem uma importância especial. A Estratégia Nacional do Mar, que está em discussão pública, deve contar com o contributo de todos», exortou o governante, elogiando a capacidade empreendedora do empresário José Freitas.

O secretário de Estado do Mar garante que este é um setor que está a dar a volta à crise e a prova disso são os vários projetos de novas fábricas de conservas que estão aprovados.

 

NOTA DA DIREÇÃO:

O Sul Informação não esteve presente na inauguração por não ter sido avisado da cerimónia pela secretaria de Estado do Mar. Só foram convidados órgãos de informação nacionais e mesmo a Câmara de Olhão só terá sido avisada da iniciativa no próprio dia.

Uma situação que, provavelmente, estará ligada ao receio de contestação popular, uma vez que participou na cerimónia o  secretário de Estado do Mar Manuel Pinto de Abreu. No Algarve, congéneres deste membro do Governo já foram recebidos, em ocasiões anteriores, com a «Grândola, Vila Morena», de Zeca Afonso, que se tornou um símbolo da contestação ao Governo de Passos Coelho.

Mas, ainda que o Governo tenha medo da contestação, nada justifica que os órgãos de informação regionais não sejam avisados destas deslocações oficiais de membros do Governo. É uma atitude lamentável que em nada abona a favor da liberdade e do direito à informação.

 

Atualizada às 14h34, acrescentando as declarações do presidente da Câmara de Olhão e do secretário de Estado.

 

Comentários

pub