Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Silves faz 10 anos e anuncia planos para o futuro

A Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Silves que hoje, dia 20, comemora a sua primeira década de vida, […]

A Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Silves que hoje, dia 20, comemora a sua primeira década de vida, já formou cerca de 800 profissionais de saúde nas áreas de Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia, entre outras. O ponto alto das comemorações de hoje é a conferência do médico e bioeticista Daniel Serrão.

Um estudo feito no passado mês de dezembro, pelo seu Gabinete de Apoio à Inserção na Vida Ativa, mostrou que a taxa de empregabilidade média dos diplomados é de 80%. O curso que apresenta maior empregabilidade é o de Enfermagem, já que quase 90% dos diplomados estão a trabalhar na sua área de formação.

Nas diferentes unidades de saúde do Algarve, já se encontram a trabalhar 222 enfermeiros e 174 Fisioterapeutas formados pela escola.

A procura por uma carreira no estrangeiro (Inglaterra, França, Suíça, Bélgica) tem vindo a aumentar entre os diplomados, representando atualmente 7% do total dos profissionais formados. Cerca de 6% dos diplomados na área da Fisioterapia constituíram a sua própria empresa.

A Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Silves (ESSJPS) tem, neste ano letivo de 2012/2013, cerca de 250 alunos, nos três cursos atualmente ministrados (Farmácia, Fisioterapia e Enfermagem).

Ana Almeida, diretora da ESSJPS, adiantou ao Sul Informação que a maioria dos alunos são do Algarve e Baixo Alentejo. As turmas, que em 2004 chegaram a ter 80 alunos, têm agora uma dimensão de 20 a 30 alunos, o que, se poderá não ser tão bom para os cofres da escola, é bem melhor em termos pedagógicos.

Muitos dos alunos são também pessoas já com alguma experiência de trabalho, nomeadamente na saúde, que quiseram aprofundar e completar a sua formação, fazendo uma licenciatura.

Dotada de modernas instalações, grande parte da formação dos alunos é feita em instituições e unidades de saúde, nomeadamente centros de saúde, hospitais públicos e privado, clínicas. «Quando tínhamos turmas de 80 alunos, o Algarve não tinha capacidade para absorver todos os nossos estagiários. Agora já não é assim e a esmagadora maioria está a estagiar no Algarve, embora também haja alguns em Lisboa, por exemplo», acrescentou Ana Almeida.

João Grade, 27 anos, aluno do 3º ano do curso de Enfermagem, explica que «o próprio curso obriga a essa formação fora da escola, que todos têm que cumprir, rodando até por várias instituições, já que há valências que só existem em alguns sítios».

 

Medidas para o futuro

 

João Grade, Ana Almeida e Nelson Sousa

Se até agora a empregabilidade dos alunos formados pelo Piaget de Silves tem sido muito boa, rondando os 80% de média, a atual conjuntura obriga a tomar medidas para que assim continue.

Deste modo, a ESSJPS criou o Gabinete de Apoio à Inserção na Vida Ativa, que pretende aumentar o número de ofertas de propostas de emprego e estreitar relações com as empresas de recrutamento, dinamizar a figura do diplomado-mentor, criar parcerias com as empresas e entidades empregadoras e ainda atualizar o percurso profissional dos diplomados.

«No âmbito das parcerias com empresas empregadoras, temos por exemplo relações com uma empresa que recruta enfermeiros para a Alemanha e até já há diplomados nossos a trabalhar nesse país», explicou Nelson Sousa, diretor adjunto do Piaget de Silves.

Por seu lado, o diplomado-mentor é um antigo aluno do Piaget que aceite ajudar a integração dos alunos, nomeadamente transmitindo-lhes informação sobre o mercado de trabalho, oportunidades, constrangimentos.

«Os alunos, hoje, têm cada vez mais consciência dos problemas que os esperam quando acabarem e pensam: hoje estou aqui, mas quando acabar o que vou fazer? É precisamente aí que nós queremos ajudar, com esta figura do diplomado-mentor», adiantou Ana Almeida.

Para continuar a atrair mais alunos, a Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Silves vai anunciar, em breve, a diminuição da propina para o próximo ano letivo. «Sabemos que a situação económica do país está difícil e que isso afeta as famílias e as pessoas que querem prosseguir os seus estudos. A diminuição da propina é uma forma de darmos um contributo para ajudar a ultrapassar os problemas», salientou a diretora da escola.

Ana Almeida aconselha ainda os potenciais alunos e as suas famílias a fazerem bem as contas: «há estudos que indicam que, os alunos que tiram o curso fora da sua região numa escola superior pública, acabam por gastar mais dinheiro e sair-lhes mais caro que se tirassem o mesmo curso numa escola privada na sua região de origem. A nossa propina é de facto mais cara, mas fora da região há que contabilizar a deslocação, o alojamento, a alimentação e, tudo isso somado, encarece».

 

Virar a Escola Superior de Saúde para fora

 

Uma das tarefas em que a Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Silves tem vindo a apostar cada vez mais é em virar-se para fora, para a comunidade. E aqui a Associação de Estudantes, presidida por João Grade, tem feito grande parte do trabalho.

«O objetivo é dar visibilidade aos alunos fora da instituição, articulando projetos com a direção da Escola. Tudo para que a população, nomeadamente a do Algarve, nos conheça e saiba o que fazemos, para ganharmos laços com a população», explicou o dirigente dos estudantes.

Assim, têm sido promovidos rastreios, nomeadamente das escolas e nos lares de idosos, bem como ações de voluntariado, que passam pela recolha de alimentos e outros bens para doar à Igreja, à Cadeia de Silves ou a instituições como o Castelo de Sonhos.

Outra área em que têm apostado fortemente é na educação e promoção para a saúde. Nesse âmbito, alunos do Piaget de Silves deslocam-se regularmente a escolas secundárias e básicas do Algarve para dar gratuitamente formação aos jovens estudantes sobre temas como a sexualidade e as toxicodependências, mas também sobre nutrição ou bullying.

«É mais fácil chegarmos a estes jovens. Nós, enquanto alunos, estamos muito próximos das idades deles, pelo que lhes é mais fácil porem-nos questões e falarem connosco de certos temas», garantiu João Grade.

Hoje à tarde, na cerimónia que assinala os 10 anos da Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Silves, vão aliás ser distinguidas as dez escolas de todo o Algarve que mais têm trabalhado nestas parcerias: Escola Básica e Secundária de Albufeira, Agrupamento de Escolas Albufeira Poente (que agrega a Secundária), Escola Secundária (ES) de Silves, ES Tomás Cabreira e João de Deus, ambas em Faro, ES Manuel Teixeira Gomes (Portimão), ES Padre Martins de Oliveira (Lagoa), ES José Belchior Viegas (São Brás de Alportel), Agrupamento de Escolas Francisco Fernandes Lopes (Olhão), Agrupamento de Escolas Silves Sul.

Mas o Piaget de Silves promove ainda dias abertos, em que recebe nas suas instalações estudantes de vários graus de ensino, tendo este ano começado também a promover visitas de alunos do ensino básico do concelho. «É preciso abrir os horizontes, mostrar o que podem fazer no futuro, desde pequeninos. Não é só aos 15 ou 16 anos que vamos mostrar aos alunos as possibilidades de carreira que há. Começar a trabalhar com eles desde novinhos é a melhor forma de contrariar a tendência de abandono escolar, que é tão grande no Algarve», sublinhou Ana Almeida.

Nestas visitas – que contaram com a preciosa ajuda dos Amigos dos Pequenitos de Silves, que emprestaram o seu autocarro para transportar os alunos da vizinha escola pública – uma das áreas que mais fascínio tem causado entre os miúdos é o «centro de ciências experimentais». «Ainda no outro dia, um dos nossos muito jovens visitantes, depois de ter ficado muito interessado com o centro, me disse que quer ser biólogo. E é isso que queremos: mobilizar os alunos para o interesse pelo conhecimento e pela ciência. Se, no futuro, eles vierem a ser nossos alunos, melhor!», acrescentou a diretora da Escola Superior de Saúde.

 

Mais dados:

Dos 350 diplomados de Enfermagem, 108 trabalham no CHBA e 64 no HDF.

A seguir a Faro, os distritos com mais diplomados da ESSJPA são: Lisboa (17); Setúbal (10); Beja (9) e Portalegre (8).

Dos 369 diplomados de Fisioterapia: 203 (55 %) exercem clínica privada/lares/clubes; 8 (2 %) trabalham em Centros de Saúde; 12 (3,3 %) em Hospitais e 21 (5,6 %) constituíram a sua própria empresa.

Dos 29 diplomados de Farmácia, 20 trabalham no distrito de Faro e 2 no distrito de Lisboa.

 

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