Eco design ajuda a reinventar produtos artesanais em São Brás de Alportel

O objetivo principal é reinventar os produtos artesanais, colocando ao seu serviço o eco design, ao mesmo tempo que se […]

O objetivo principal é reinventar os produtos artesanais, colocando ao seu serviço o eco design, ao mesmo tempo que se juntam novos criadores a artesãos experimentados.

São Brás de Alportel vai acolher pela terceira vez a iniciativa «Design e Ofícios», um projeto que visa, acima de tudo, manter um saber fazer que está em risco de se perder.

O «Design e Ofícios» juntará entre 7 e 10 de junho criadores e artesãos no mesmo espaço, numa residência criativa.

Neste espaço de partilha e convívio, os que dedicaram a vida inteira a diferentes ofícios artesanais vão ajudar os participantes na iniciativa a dar forma às ideias que colocarem no papel, numa primeira fase, lançada na passada semana.

As inscrições para a edição deste ano do «Design e Ofícios» já estão abertas e podem ser feitas através do site da iniciativa. Qualquer pessoa, profissional ou amador, que tenha uma ideia para criar novos produtos, utilizando materiais locais, pode concorrer.

A vereadora da Câmara de São Brás Marlene Guerreiro e os representantes da Associação de Designers do Sul Sandra Louro e Bruno Boto, as duas instituições que promovem a iniciativa, estiveram à conversa com o Sul Informação e com a Rádio Universitária do Algarve RUA FM no programa Impressões. O programa vai para o ar hoje, quarta-feira, às 19 horas em 102.7 FM.

«O que nós quisemos desde o início foi inovar na tradição e juntar o design ao artesanato», resumiu Bruno Boto. Uma forma de criar novos produtos, mas também de aproveitar um conhecimento que não tem sido passado de geração em geração.

«Temos um espaço, vários materiais pré-definidos, que se caracterizam por ser naturais, biodegradáveis e locais e nesse sentido desafiamos os criativos a propor uma peça a realizar durante a residência», explicou.

«Estamos a falar do barro, da palma, da empreita, a cortiça e a madeira. Este ano vamos ver se conseguimos também ter o esparto. E depois temos tecidos de fibras naturais, que normalmente utilizamos numa técnica denominada Trapologia, que consiste em cozer vários tecidos, com tamanhos e formas diversos», explicou Sandra Louro.

No fim-de-semana alargado em que procuram dar forma às suas ideias, os criativos contam com o apoio de artesãos convidados pela organização «que se mostram disponíveis a passar o seu conhecimento». Uma experiência que, acreditam, tem agradado ambas as partes, tendo em conta o que se passou nas duas primeiras edições.

«Temos artesãos muito abertos a estas experiências e o mais profundo desejo que têm é que os jovens se interessem pela sua arte. Porque nos relatam todos os dias a tristeza que sentem por os seus saberes não serem valorizados, por já ninguém querer fazer aquele tipo de peças. Que a arte vai, no fundo, morrer com eles», contou Marlene Guerreiro.

Para a vereadora da autarquia sambrasense, os resultados do «Design e Ofícios» tem vindo «a demonstrar que eles tem razão para acreditar» que o seu conhecimento não se vai perder.

Comentários

pub