Universidade do Algarve tem professores e alunos de Medicina “altamente motivados”

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, visitou ontem, dia 13 de fevereiro, a Universidade do Algarve […]

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, visitou ontem, dia 13 de fevereiro, a Universidade do Algarve (UAlg), para conhecer mais de perto o curso de mestrado integrado em Medicina, bem como o seu impacto e os resultados já atingidos.

José Manuel Silva reuniu-se com a direção, com a comissão de gestão e com os alunos do curso para divulgar as preocupações e a estratégia da OM e diz ter encontrado na UAlg professores e alunos de Medicina “altamente motivados”.

Questionado sobre se a forma inovadora de ensinar “a medicina” neste curso poderá influenciar os congéneres, o bastonário concorda que “este curso é diferente e tem um modelo de ensino diferente”. Acrescenta, contudo, que “o que nos diz a evidência científica publicada é que não há modelos perfeitos e que o ideal é uma integração entre o ensino clássico e o ensino baseado na aquisição de competências ou baseado na aprendizagem a partir de problemas (PBL)”.

Consciente de que o ensino da Medicina tem evoluído nesse sentido, refere que “aquilo que se pretende é que, quando acabarem a licenciatura, todos os alunos sejam bons médicos”.

Em relação à Universidade do Algarve, José Manuel Silva afirma que “encontrou pessoas altamente motivadas, quer a nível docente, quer discente, que continuarão a levar a bom porto este curso de Medicina”.

Sendo a motivação o principal motor da aquisição de conhecimentos, o bastonário “não tem dúvidas que estes jovens irão ser bons médicos, porque são alunos altamente empenhados em adquirir uma boa formação em medicina”.

Já para José Ponte, diretor do curso de Medicina, “a vinda do bastonário à UAlg ficará para a história do curso, pois marcou o momento em que a OM veio verificar como o curso funciona, os seus métodos e objetivos, acabando, assim, com as dúvidas institucionais sobre a qualidade da formação oferecida”.

Ainda sobre as reservas da OM aquando da criação deste curso, José Manuel Silva explicou que “surgiu numa altura em que já não era necessário ao País, de uma vontade política, foi implantado numa universidade que não tinha um histórico e um corpo docente preparado, o que o levaria a enfrentar algumas dificuldades. No fundo, foram essas questões para as quais a Ordem chamou à atenção, não era por estar ou não de acordo, eram os números e as estatísticas e não opiniões pessoais”.

Atualmente, não tem dúvidas em afirmar que é positivo para o Algarve ter um curso de Medicina, assim como o seria para qualquer outra região, e que a grande preocupação da Ordem não é encerrar cursos, mas sim “reduzir o numerus clausus de algumas faculdades e adequar a formação médica em Portugal às necessidades dos doentes”.

Já sobre a possibilidade de a UAlg ver aumentado o número de vagas para este curso, o bastonário justifica que “se a Universidade do Algarve e o Ministério da Educação assim o entenderem, certamente que o numerus clausus global deve reduzir-se para manter a qualidade média da medicina portuguesa.

Quanto à Prova Nacional de Seriação (conhecida vulgarmente como “Exame de Especialidade”) a que todos os candidatos vão ser sujeitos, a OM também lança algumas críticas.

José Manuel Silva refere que já acordaram com o governo mudar o modelo de seriação e aplicar ou o do National Board of Medical Examiners (NBME), nos EUA, ou criar em Portugal um modelo semelhante.

“A OM não se revê no atual modelo de exame e tem insistido para a sua mudança, passando a avaliar mais competências de raciocínio e conhecimento do que propriamente de memorização de números e percentagens”.

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