Campanha do Governo para vender casas agrada aos empresários, mas há que fazer mais

O Governo começou esta segunda-feira em Londres uma campanha de promoção do Turismo Residencial, que o irá levar a diversos […]

O Governo começou esta segunda-feira em Londres uma campanha de promoção do Turismo Residencial, que o irá levar a diversos países. Uma boa notícia, consideram os empresários algarvios, embora defendam que deve ser acompanhada de medidas adicionais.

O presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve Elidérico Viegas considerou que esta medida «não é descabida», mas avisou que, isolada, «não resolve os problemas do setor do Turismo Residencial do Algarve».

«A comercialização pura e dura pode ser interessante para os promotores, mas não é uma solução única e milagrosa para os problemas», considerou o dirigente da AHETA. Mais importante, considerou, «será criar condições, nomeadamente de ordem fiscal, para que essas habitações possam ser usadas por terceiros», de modo a garantir uma maior ocupação das segundas habitações ao longo do ano.

Quanto à campanha em si, Elidérico Viegas lembrou que a perspetiva é vender 10 mil casas que se encontram vazias em Portugal, mas que poderá ter um efeito diverso, a venda de casas de 2ª habitação já a uso.

«Esta campanha pode ser aproveitada para revenda. As casas em 2ª mão estão desvalorizadas e a ser negociadas a um preço muito abaixo do valor de mercado», ilustrou.

Uma situação que não preocupa o promotor imobiliário Constantino Jordan, que considerou ao nosso jornal que «as casas em segunda mão também têm de ser vendidas» se a região quiser ficar a ganhar. «O que é importante é que haja nova liquidez cá no Algarve», defendeu.

«Neste momento, há cada vez mais pessoas que não têm dinheiro para pagar as contas. O novo utilizador vai pagar contas, consumir e dinamizar a economia local», considerou.

Mas Constantino Jordan vê com preocupação a demora da entrada em vigor de uma lei aprovada em 2009 que isenta de impostos as reformas privadas recebidas por cidadãos estrangeiros que se fixem no nosso país. Uma modalidade muito frequente nos países nórdicos e que abre uma boa oportunidade para o Algarve atrair novos residentes, com bom poder de compra.

Esta lei poderia ser um forte incentivo à procura de casas na região, por parte de cidadãos estrangeiros. «Falei há poucos dias com um cidadão sueco que me disse que conhece muitas pessoas que apenas esperam pela entrada em vigor da lei para se mudar para cá», revelou.

Mais do que o mercado turístico, o Turismo Residencial terá um forte interesse na perspetiva de atrair novos residentes, com rendimentos elevados. Constantino Jordan é, de resto, um dos empresários que dinamizou a campanha «Algarve: Come and Live Here/Algarve: Venha e viva aqui».

«O Algarve evoluiu muito de há anos para cá. As coisas mudaram muito com o acesso fácil à Internet, já se pode trabalhar daqui da mesma forma que se faz de outro ponto qualquer do mundo», disse.

Outro fator que poderá revelar-se determinante na atração de novos habitantes é, para além do clima, a evolução que houve ao nível dos cuidados de saúde na região. «Também há muitas ligações low cost para vários pontos da Europa», que poderão ser um incentivo a fazer as malas para vir viver na região.

Depois do Reino Unido, o Governo vai continuar as ações de divulgação na Holanda, Suécia, Suíça, Rússia, Alemanha e França, os mercados considerados mais relevantes.

A campanha inclui ainda uma página de internet (www.livinginportugal.com) onde está centralizada informação sobre questões administrativas e fiscais, sistema educação e de saúde, transportes e segurança.

A página está disponível em seis línguas (inglês, árabe, francês, alemão e russo) e está em curso a tradução para chinês.

 

 

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