Os jovens também têm uma palavra a dizer sobre os problemas que afetam a região e sobre o seu futuro e devem fazê-lo já. Esta é uma das principais premissas por detrás do projeto «Algarve 2020: Uma Proposta Jovem», que a cooperativa ECOS está a promover no Algarve, em parceria com diversas entidades algarvias.
Bruno António e Sofia Martins, dirigentes da cooperativa ECOS, estiveram no programa radiofónico «Impressões», dinamizado em conjunto pelo Sul Informação e pela Rádio Universitária do Algarve para dar a conhecer o projeto que ajudam a dinamizar. A conversa está também disponível em podcast no site da RUA FM.
«O Algarve 2020 tenta, através de um processo de consulta aos jovens, mas também a técnicos que trabalham na área da juventude e dirigentes associativos, ver quais são as prioridades e propostas que têm para diferentes áreas», explicou Bruno António.
«O que se pretende com este projeto é criar uma estratégia para a juventude no Algarve. A ideia é que quem decide por nós e as várias entidades que têm as suas estratégias e medidas, também tenham em consideração a opinião e as propostas dos jovens», resumiu o presidente da ECOS.
«Cada vez mais se vê que os nossos dirigentes políticos não necessitam de decidir sozinhos. Têm muitos recursos e a juventude é um deles», considerou.
Para dar uma ajuda aos jovens na hora de participar e aos decisores que podem vir a usar as ideias que surjam deste debate alargado, os responsáveis pelo projeto pensaram em doze temas gerais.
Bruno António avança desde logo a questão do emprego, uma vez que o desemprego entre os jovens na região atinge «números muito acima da média nacional». «Há pouco tempo estava nos 45 por cento, quando a média nacional era de 36 por cento», ilustrou.
Mas há outras questões, como a habitação, a cultura, o desporto, a saúde, a educação, o ambiente e a economia, entre outras. Cada jovem poderá dar o seu contributo na área que desejar e poderá em breve fazê-lo online, num questionário que será disponibilizado no âmbito do Algarve 2020.
O culminar dos processos de participação já em curso será o Encontro de Juventude do Algarve (EJA), que se realizará entre 26 e 28 de abril. Um evento que juntará em Faro 160 líderes associativos e jovens de todo o Algarve.
«Queremos sair do evento com um contributo para uma estratégia de juventude no Algarve. O que é isso? É um documento estratégico com recomendações dos jovens em doze áreas. Identificará um conjunto de obstáculos, mas também propostas concretas sobre qual deve ser o caminho a seguir entre 2014 e 2020», explicou Bruno António.
Aproveitando que 2013 é ano de eleições, o EJA será também uma oportunidade de criar um outro documento, a «Agenda 2020».
«Para que estes contributos não fiquem perdidos numa gaveta, quisemos que saíssem daqui 20 propostas muito concretas, que os jovens irão propor a todas as listas concorrentes às autarquias. Vamos, depois, através do nosso site e do Facebook tentar perceber o feedback e resposta dos vários candidatos», acrescentou.
«Algarve 2020» já está a percorrer a região
O «Algarve 2020» já começou a sondar os jovens um pouco por toda a região e a incentivá-los a participar ativamente. «O projeto foi lançado oficialmente a 24 de outubro na Universidade do Algarve. Ai fizemos um primeiro momento de debate e provocação à juventude, em particular aos estudantes da Universidade do Algarve», disse Bruno António.
Esta provocação será feita nos 16 concelhos do Algarve, com sessões locais, além de duas feitas na Universidade do Algarve. Esta recolha de ideias já começou e continuará na estrada até fevereiro.
Hoje, quarta-feira, há duas sessões em Vila Real de Santo António, uma entre as 10 e as 13 horas na Escola Secundária local, dirigida aos alunos, e outra no Complexo Desportivo da cidade, aberta aos jovens em geral e associações, que decorre entre as 17h30 e as 21 horas. No sábado, as sessões concelhias do «Algarve 2020» chegam a Portimão e no domingo a Tavira.
«Isto não é apenas um recurso para o futuro, é também para o presente. Sei que existem na região imensos jovens, envolvidos em diferentes áreas, com um potencial enorme e que, muitas vezes, não conseguem falar com as entidades que têm responsabilidade no desenvolvimento de estratégias e políticas em cada área», disse. No fundo, resumiu Bruno António, o «Algarve 2020» tenta «criar uma ponte» entre os jovens e aqueles que tomam decisões.
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