Pontes entre as artes e as ciências exploradas em colóquio na Universidade do Algarve

A Universidade do Algarve vai receber a 17 e 18 de janeiro, no seu Campus de Gambelas, o Colóquio Internacional […]

A Universidade do Algarve vai receber a 17 e 18 de janeiro, no seu Campus de Gambelas, o Colóquio Internacional «Artes e Ciências em Diálogo», um evento que reunirá reputados especialistas nacionais e internacionais, sobretudo oriundos do Brasil, entre os quais, Carlos Fiolhais, Clara Meneres, Jaime Reis, Duarte Ivo Cruz e Alberto Pucheu.

Durante dois dias serão abordados aspetos que têm a ver com a história e filosofia das ciências, a natureza da descoberta científica e a natureza da “descoberta” artística, a história da arte, as múltiplas relações entre as ciências (a física, a matemática, a biologia, a medicina, as ciências humanas e socais, etc.) e as artes (a literatura, a música, o teatro, o cinema, a fotografia, o design, etc.), a arquitetura como arte e como ciência, a relação entre a arte e a ciência na educação e no ensino.

A iniciativa é organizada por João Carvalho, docente da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, em colaboração com a Fundação para o Desenvolvimento da UAlg (FDUAlg) pelos centros de investigação Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) e Centro de Biomedicina Molecular e Estrutural (CBME), ambos da UAlg e Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL) da Universidade de Lisboa.

Este encontro pretende juntar diferentes saberes e competências das áreas científica e artística, para os pôr a dialogar, de modo a tentar saber aquilo que os distingue, aquilo que os aproxima e o que os identifica, de modo a aprenderem uns com os outros e a desaprender ideias feitas e superficiais.

«Abrir um espaço de diálogo não pode ser uma coisa inconsequente: importa saber que patamares de concordância são possíveis e que outros patamares nos diferenciam. Este é um primeiro objetivo. Outros objetivos que daquele decorrem têm a ver com aquilo que podemos fazer juntos: na educação, na investigação, na sociedade, nas empresas», considerou João Carvalho.

Na sua opinião, «há aspetos de indiferenciação e aspetos de diferenciação» entre as duas áreas e «importa desconstruir a ideia comum e errónea de que ciência é sinónimo de razão “certa e segura”, como se a intuição, a subjetividade, a emoção, o irracional, a imaginação não estivessem também nela presentes».

Da mesma forma «importa desconstruir a ideia comum e errónea de que a arte é o lugar da imprecisão, do vago e do confuso, como se não houvesse uma racionalidade artística, um outro tipo de rigor e método».

Segundo João Carvalho, a ideia de realizar um colóquio sobre esta temática surgiu há alguns anos atrás, quando entrou em funcionamento uma disciplina de opção chamada «Estudos sobre Arte e Ciência».

Para o investigador, a nova cadeira aproveitou a faceta do espírito de Bolonha que abria um espaço que fazia falta a alunos de cursos muito diferentes, interessados no cruzamento de saberes, na interseção de conhecimentos e na interdisciplinaridade».

«Um Colóquio desta natureza, que reúne especialistas de diversas áreas científicas e das diferentes artes e os convida a falar sobre as relações das suas áreas com outras, vem responder inteiramente a esse desejo sentido», explicou o professor.

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