Câmara de Tavira reitera posição contra criação de mega-agrupamentos, mas Governo avança

O Município de Tavira discorda das alterações ao sistema de organização escolar do ensino básico e secundário do concelho, propostas […]

O Município de Tavira discorda das alterações ao sistema de organização escolar do ensino básico e secundário do concelho, propostas pela Direção Regional de Educação do Algarve (DREAlg), defendendo «a manutenção do modelo vigente até às recentes alterações».

No entanto, apesar da oposição «solidária e sustentada» da comunidade educativa local representada nos Conselhos Gerais dos Agrupamentos D. Manuel I, D. Paio Peres Correia e da Escola Secundária de Tavira, o Governo decidiu «unilateralmente» concretizar a agregação daquelas duas escolas.

Face a esta decisão unilateral, o Município de Tavira lamenta «que o diálogo entre todas as entidades envolvidas tenha este resultado e condena esta atitude antipedagógica, que apenas parece ser fundamentada em perspetivas economicistas», pois, «em termos da quantidade de alunos, distribuição geográfica das escolas, proximidade geográfica das mesmas, condições de instalações da Escola Secundária de Tavira e outras em termos operacionais de funcionamento, nomeadamente em termos de gestão do pessoal não docente, não garantindo esta realidade de Tavira a boa articulação curricular entre níveis e ciclos educativos e a construção de percursos escolares coerentes e integrados».

O presidente da Câmara Municipal de Tavira já tinha voltado a reafirmar, junto da Direção Regional de Educação do Algarve, a posição tornada pública em maio de 2012, opondo-se à agregação da Escola Secundária de Tavira Dr. Jorge Correia e da Escola Básica D. Paio Peres Correia.

Tendo participado em todas as reuniões dos Conselhos Gerais dos Agrupamentos D. Manuel I, D. Paio Peres Correia e da Escola Secundária de Tavira, o autarca Jorge Botelho reiterou a posição adotada em matéria de Agregação de Escolas e Agrupamentos, clarificando de forma integral as suas opções.

«O Município de Tavira defende que a solução que neste momento existe no concelho é a que melhor se adequa à qualidade do ensino e ao processo educativo em si», disse Jorge Botelho, acrescentando que «tem uma distribuição de alunos adequada pelas diferentes escolas à realidade, promove a qualidade e conduz a equilíbrios de gestão e de proximidade aos diferentes níveis pelo território educativo, pelo que manifesta a sua discordância à alteração do sistema de organização escolar existente devendo manter-se o modelo que existe atualmente».

Face aos cenários apresentados pela DREAlg, a Câmara tavirense reforçou, no dia 20 de dezembro, a posição assumida ao longo dos últimos três anos, pois considera que «nenhuma das hipóteses propostas resolve a panóplia de critérios cumulativos que devem orientar uma reorganização dos agrupamentos eficaz e eficiente às especificidades do Município de Tavira».

«Acresce a constatação da existência de perturbação/instabilidade que se sente nas escolas, que continuamente reafirmam o modelo existente como o mais adequado», sustentou oportunamente o presidente da Câmara Municipal.

No entanto, apesar da oposição, o Governo avançou com a agregação daquelas duas escolas, situação que a autarquia agora lamenta.

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