Requalificação da estrada Aljezur/Marmelete beneficia população e turistas

«Toda a gente sabe que já não estamos na época do asfalto. Mas esta estrada não é asfalto por asfalto. […]

«Toda a gente sabe que já não estamos na época do asfalto. Mas esta estrada não é asfalto por asfalto. Era um asfalto mais do necessário». Foi assim que José Amarelinho, presidente da Câmara de Aljezur, classificou, na sexta-feira, a inauguração da repavimentação de um troço de sete quilómetros da estrada regional ER 124/267, entre aquela vila e Marmelete.

António Ramalho, presidente da empresa Estradas de Portugal (EP), que presidiu à cerimónia em representação do secretário de Estado das Obras Públicas, salientou que a inauguração foi «mais simbólica do que parece». É que, nesse mesmo dia, «no polo oposto de Portugal», estava a ser inaugurada uma outra estrada, neste caso um troço da autoestrada A4 entre Quintanilha e Bragança, uma obra também fundamental «para as acessibilidades regionais».

«A política do asfalto morreu e ainda bem, pelas dívidas que deixou. Mas há obras que continuam a ser estruturantes para as regiões», acrescentou António Ramalho.

O responsável pela EP salientou que a inauguração da repavimentação deste troço da ER 124/267, entre Aljezur e o limite do vizinho concelho de Monchique, perto de Marmelete, resulta do «trabalho de uma autarquia e nesse sentido é muito significativo. É uma estrada regional que resulta do investimento de uma autarquia, com recurso a fundos comunitários».

A obra de requalificação – que inclui repavimentação, correção de curvas e de piso, colocação de rails de proteção e sinalização horizontal e vertical – custou quase 1,5 milhões de euros e resulta de uma candidatura apresentada pela Câmara de Aljezur ao PO Algarve 21. Segundo esta autarquia, a intervenção está já toda paga.

 

População e turistas ficam beneficiados

 

José Amarelinho, em declarações ao Sul Informação, salientou a «imensa importância desta obra, que vem complementar o que faltava fazer neste eixo de ligação serrano».

«Há um movimento pendular muito importante entre Monchique e Aljezur que assim fica facilitado. E depois é preciso não esquecer o turismo. É que quem visita Monchique normalmente vem até à Costa Vicentina. Antes, com a estrada como estava, cheia de buracos e mais perigosa, essa ligação era difícil e até sei que há empresas de rent-a-car que desaconselhavam os turistas de usar esta estrada».

«Anteriormente, quem fazia esta estrada saindo de Monchique já sabia quando entrava no concelho de Aljezur, tal era a diferença na qualidade do piso. Agora, se calhar, vai acontecer o contrário», concluiu, a brincar, o autarca aljezurense.

 

Monchique beneficia com obra mas precisa de outras intervenções

 

Rui André, presidente da Câmara de Monchique, também presente na cerimónia, disse ao Sul Informação que esta repavimentação «vem colmatar as dificuldades de ligação entre estes dois municípios vizinhos».

«Em Monchique, temos feito um grande esforço de criar uma boa rede viária interna, mas é fundamental a ligação aos outros concelhos. Termos uma boa rede viária interna só faz sentido se for complementada por ligações ao exterior», disse o autarca.

Daí a importância que atribui à repavimentação e requalificação destes perto de sete quilómetros de estrada, que permitirão um melhor acesso entre Monchique e a Costa Vicentina, uma ligação «muito importante para os residentes e fundamental para os circuitos turísticos».

«Há zonas do nosso concelho que têm uma ligação muito próxima, até em termos de trabalho, com Aljezur, em especial Marmelete», explicou.

Rui André salientou que, apesar deste melhoramento de um eixo fundamental, Monchique tem ainda outras dificuldades nas acessibilidades aos concelhos vizinhos. «A ligação com Silves é muito deficitária, a ligação ao Alentejo, através de Sabóia, mas sobretudo a ligação Norte, do Selão a São Teotónio (Odemira), está a precisar de uma intervenção urgente».

E o autarca monchiquense não esqueceu o velho sonho de uma nova estrada, mais direta, entre Monchique e Portimão. «Mas sei que, nas atuais circunstâncias do país, é surrealista falar dessa via rápida. A estrada atual ainda há pouco tempo foi requalificada, mas tem alguns estrangulamentos, devido a abatimentos de piso, onde as Estradas de Portugal têm de intervir».

 

Troço de 6,65 quilómetros alvo da requalificação

 

A requalificação teve como alvo uma extensão de 6,65 quilómetros da ER 267 que liga a Marmelete, já no vizinho concelho de Monchique, no troço entre Aljezur e o limite do concelho.

O troço constitui parte do chamado eixo transversal Serrano, considerado como um dos principais eixos de articulação interregionais, ligando os principais aglomerados urbanos do interior, sendo a sua requalificação definida como prioritária no documento Algarve-Estratégias de Desenvolvimento (2007/2013).

O projeto foi aprovado pela Autoridade de Gestão do PO Algarve com investimento elegível no valor de 1.475.987,80 euros, com comparticipação financeira FEDER de 50%. Posteriormente, devido a reprogramação técnica, a taxa de cofinanciamento fixou-se em 65%.

 

 

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