Já chegou o inverno e o mundo não acabou

O inverno começou hoje, dia 21 de dezembro, às 11h12. Esta foi a hora do solstício, que marcou o início […]

O inverno começou hoje, dia 21 de dezembro, às 11h12. Esta foi a hora do solstício, que marcou o início do inverno no Hemisfério Norte, a estação mais fria do ano, que se prolonga até ao próximo equinócio (primavera), que ocorrerá às 11h02 de 20 de março de 2013.

O inverno começou com céu muito nublado com abertas na região sul a partir do meio da tarde, ocorrência de períodos de chuva a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela que vão diminuir de intensidade a partir da tarde, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), novo nome do Instituto de Meteorologia.

Aquela era também a hora apontada para o fim do Mundo, tendo como base uma alegada previsão dos Maias.

Esta noite, às 21h30, no Observatório Astronómico de Lisboa, Rui Agostinho vai dar uma palestra que terá como tema “Maias 2012: O Fim dos Tempos?”.

Na sua palestra, este especialista salientará que, nos últimos anos, «têm-se propagado notícias de um fim do mundo em 21 de dezembro de 2012, argumentos esses que são baseados em interpretações incorretas da cultura Maia. O seu impacto é manifestado nas publicações de índole genérica, sentido pelo público mais suscetível e, mais preocupante ainda, nos jovens e diversa população escolar».

«No contexto cultural científico da sociedade hodierna, a transmissão destas interpretações catastrofistas só se torna eficiente quando associada a fenómenos cientificamente comprovados, de modo a atribuir-lhes alguma credibilidade. Por isso, os advogados do “Fim do Mundo”, argumentam que no final de 2012 ocorrerá uma panóplia de fenómenos astrofísicos e terrestres, todos eles com “ligações óbvias” à cultura Maia. Curiosamente argumenta-se que alguns foram estudados ou previstos pelo povo Maia, apesar de apenas terem sido descobertos no último século».

Nesta palestra, Rui Agostinho abordará os diversos fenómenos astrofísicos que usualmente são apresentados como prova evidente da “catástrofe eminente de 2012”, mostrando que não passam de interpretações infundadas e que estão mesmo erradas.

Por seu lado, o astrónomo Ricardo Cardoso Reis já tinha explicado, aqui no Sul Informação, no início do mês de dezembro, que as supostas previsões não têm qualquer base científica.

«Nenhuma das supostas “causas” astronómicas para o fim do mundo realmente ocorre no dia 21: Nenhum eixo da Terra irá inverter; A Terra não estará alinhada com outros planetas, nem com o centro da Via Láctea. Aliás, este último até é impossível de ocorrer, embora haja um quase alinhamento duas vezes por ano, nos dias dos solstícios; Não anda nenhum planeta estranho a passear-se pelo Sistema Solar, que venha chocar connosco».
«Por isso, se o mundo realmente acabar nesse dia, não será por causas astronómicas», concluía.

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