Filipa da Silva escolheu tesoureiro de “guerra” para continuar a recuperar a AAUAlg

O caminho para a recuperação das contas da Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUAlg) já foi traçado e Filipa […]

O caminho para a recuperação das contas da Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUAlg) já foi traçado e Filipa Braz da Silva conhece bem as contas e as dificuldades que a esperam.

A futura presidente da AAUAlg compromete-se a continuar o programa lançado pela atual direção, à qual pertence, em que foi feito «o máximo de contenção de custos e de sacrifício por parte dos membros da direção e dos recursos humanos da associação».

Uma situação que, admitiu, a fez ponderar muito bem a sua candidatura a presidente da Direção Geral da AAUAlg, acabando por impor uma condição a si própria. «Eu só aceitei avançar para uma candidatura se tivesse um tesoureiro experiente, exatamente por saber a situação em que a AAUAlg se encontra», disse.

«Sou de Ciências Farmacêuticas, a minha experiência no associativismo já é alguma, mas daí até ser capaz de estar sozinha numa situação financeira muito complicada e que requer muita ginástica, não o faria», resumiu.

Filipa Braz da Silva esteve no programa radiofónico Impressões, dinamizado em conjunto pelo Sul Informação e pela Rádio Universitária do Algarve RUA FM, e não se escusou a comentar algumas das questões levantadas pelos alunos da UAlg durante a campanha universitária.

Muitas das críticas incidiram na escolha que Filipa da Silva fez para ocupar o cargo de tesoureiro, o já veterano estudante da UAlg Nelson Sobreiro, essencialmente por a sua idade ser já próxima dos 40 anos.

«Basicamente, somos presos por ter cão e presos por não ter. Se temos 20 anos, somos uns putos que vamos para lá estragar tudo, se temos 40 é porque somos uns aproveitadores e vamos para lá sacar. Se calhar ter 30 anos é que é o ideal, mas, mesmo assim, havia de haver críticas», disse, a rir.

«O Nelson Sobreiro foi o adjunto do tesoureiro no atual mandato, sempre esteve muito ligado à AAUAlg, foi presidente da Assembleia Magna, esteve no Conselho Fiscal e também já tinha sido antes tesoureiro numa Direção Geral. Portanto…», justificou.

«Não havia mais ninguém na atual direção geral que pudesse continuar e tivesse a estaleca, o conhecimento e também o carinho pela AAUAlg necessário para assumir esta tarefa», defendeu.

«Tive de insistir bastante com ele. Eu sei que ele não queria porque tem o seu trabalho e a sua vida. E sei que, se alguma coisa o fez aceitar, para além da nossa amizade, foi a consciência de que há necessidade de deixar alguém preparado para assumir o cargo no próximo ano», acrescentou.

 

Festas seguirão o mesmo modelo de 2012

Além de promover o corte da despesa, a atual direção geral «encontrou modelos para a Semana Académica e para a Receção ao Caloiro», este último já antes consolidado.

«Muitas dessas coisas foram agora confirmadas com os conselhos do relatório da Auditoria Financeira», encomendada pela atual direção, disse Filipa da Silva.

«Também há outras medidas recomendadas no relatório que eu quero aplicar. Feliz ou infelizmente, terão mesmo de ser aplicadas, com tudo o que uma reforma deste género acarreta», adiantou.

Uma das consequências para o futuro será a impossibilidade de avançar com alguns projetos, nomeadamente os que impliquem investimento por parte da AAUAlg. Durante o mandato que agora termina, Pedro Barros e a sua direção já haviam feito uma reestruturação do quadro de pessoal e dos serviços, que se manterá.

No fundo, os projetos que poderão avançar são aqueles que, mesmo não dando lucro, também não representem um prejuízo para a associação. Um dos exemplos é a continuidade da Noite Azul, a que se irá associar uma maior aposta nos arraiais académicos e na Prata da Casa.

«Queremos ter um arraial por mês. Até porque, grão a grão, enche a galinha o papo (risos) e dá sempre uma margem de lucro, mesmo que pequena. E os estudantes gostam», explicou.

«Algo que queremos fazer é envolver mais Secções Autónomas, para além das Tunas, nos arraiais. Como o Sin-cera, as Danças Africanas, tentar inserir outro tipo de atividades. No fundo, tentar mostrar o que é nosso», disse.

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