Congresso de Cirurgia Cardio-Torácica e Vascular ajuda Olhão a combater a sazonalidade

A cidade de Olhão acolheu, no último fim de semana, mais de duas centenas de médicos portugueses e estrangeiros que […]

A cidade de Olhão acolheu, no último fim de semana, mais de duas centenas de médicos portugueses e estrangeiros que participaram, durante três dias, no XIII Congresso Internacional da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardio-Torácica e Vascular (SPCCTV).

O encontro, que decorreu no Real Marina Hotel & Spa, junto à zona ribeirinha de Olhão, trouxe dinamismo à cidade em plena época baixa, enchendo restaurantes e lojas nos tempos livres dos congressistas e dando a conhecer uma cidade que tem muito para oferecer em termos turísticos, mesmo quando não é verão.

Como muitos dos médicos participantes fizeram questão de referir, ao conhecerem a cidade, a trabalho, a vontade para voltar em lazer é um dado adquirido.

O presidente do Município de Olhão, que presidiu à cerimónia oficial de abertura do encontro, ao lado do presidente da SPCCTV Luís Vouga, disse ser “uma honra acolher o congresso neste concelho”, lançando o convite aos participantes para que conhecessem uma cidade piscatória, virada para a Ria Formosa e para o mar.

“Seguimos uma estratégia, hoje ainda mais virados para o turismo, mas também para a pesca e aquacultura. Há 20 anos que pensamos no mar, ao contrário de outros que só recentemente perceberam as suas potencialidades”, referiu Francisco Leal, para quem “Olhão é dos concelhos algarvias que menos depende do turismo em exclusivo, mas cada vez mais domina também nessa vertente, apostando na qualidade”.

No Congresso, que já em 2011 havia decorrido nesta cidade, o que prova que o acolhimento agradou e por isso a organização resolveu voltar a sugerir este destino, Marcelo Rebelo de Sousa foi o convidado de honra, tendo apresentado a sua visão sobre “O Estado da Saúde em Portugal: Dez Anos Após a Troika”.

O professor, que também fez questão de elogiar Olhão, “uma terra tão bonita”, falou das mudanças que se vivem na saúde em Portugal e das soluções possíveis para a sua melhoria.

Na sua opinião, existem três cenários para o futuro da Saúde em Portugal: “gerir o que existe até 2015, fazendo apenas o mais urgente (…); fazer uma opção mitigada, admitindo a concessão de parte da gestão da saúde a privados ou instituições sociais (…) ou ainda, a opção mais radical, retirar da esfera pública para a privada e social fatias importantes”. O professor acredita que esta será a opção menos viável, apostando numa escolha entre o primeiro e o segundo cenário.

Atualmente, estamos numa encruzilhada: optar entre a saúde, a educação ou a parte social. “Como se faz? Deixa-se morrer mais os velhos e aposta-se na educação? Ou vamos sacrificar a educação? (…) Sou otimista, acho que vai haver bom senso e não seremos demasiado radicais na redefinição do sistema. Perceber-se-á que é preciso tempo para impor certas mudanças”, disse Marcelo Rebelo de Sousa em Olhão, perante uma plateia onde também se encontrava o presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve, Martins dos Santos, o presidente da Sociedade Portuguesa de cardiologia Mário Lopes e Ana Camacho, do Conselho Distrital de Faro da Ordem dos Médicos.

 

 

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