Universidade do Algarve tem de contratar mais professores para manter Medicina

A Universidade do Algarve vai ter de contratar mais docentes para o Curso de Medicina para continuar a merecer a […]

A Universidade do Algarve vai ter de contratar mais docentes para o Curso de Medicina para continuar a merecer a aprovação da Agência para a Acreditação e Avaliação do Ensino Superior, que valida os cursos superiores em Portugal.

Uma indicação em contraciclo com os cortes anunciados pelo Governo e que as universidades tentam evitar a todo o custo, mas que não é a única contradição que existe neste campo, garantiu o reitor da Universidade do Algarve (UAlg) João Guerreiro.

No programa radiofónico «Impressões», dinamizado em conjunto pelo Sul Informação e pela Rádio Universitária do Algarve, o reitor João Guerreiro deu exemplos de paradoxos naquilo que é exigido às universidades, embora sejam ao mesmo tempo pedidos cortes profundos nas despesas.

O curso de Medicina da UAlg é o exemplo mais recente. A Agência de Acreditação fez «uma avaliação muito positiva», mas deixou «três indicações».

«A primeira tem a ver com a consolidação do corpo docente. Nós já tínhamos em curso um concurso para contratar mais docentes e é o que vamos fazer, porque, à medida que o curso progride, vamos tendo mais necessidade de professores e há mais alunos, porque entram em funcionamento os anos seguintes», explicou.

As outras recomendações foram no sentido do «reforço das relações com a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa», parceira da UAlg neste curso  no campo pedagógico, e «constituição de uma comissão internacional de carácter científico para acompanhar o desenvolvimento do curso».

Quanto ao aparente paradoxo de haver uma entidade estatal a mandar contratar quando o Governo diz para cortar, João Guerreiro diz que não é só aqui que essa situação se verifica.

«Esta contradição existe não só no Curso de Medicina. Por exemplo, o estatuto da carreira docente, tanto no universitário como no politécnico, obriga a que o corpo docente tenha determinada percentagem de Professores Catedráticos, Associados e que o número de coordenadores atinja determinada percentagem», disse.

«Mas, para atingirmos esses objetivos, temos de ter dinheiro para abrir os concursos, algo que não acontece. Por isso, tem que haver aqui um balanço sobre aquilo que são as exigências dos estatutos e a situação financeira da universidade», exemplificou.

Na proposta de Orçamento de Estado para 2013, que está a ser discutida na especialidade depois da sua aprovação na generalidade, os cortes previstos nas transferências diretas do estado para a UAlg são de perto de 4 milhões de euros, com o corte a atingir 12,5 por cento em relação a 2012.

 

Universidade do Algarve só não viu acreditado um dos seus cursos

 

A Universidade do Algarve vai continuar a oferecer praticamente todos os cursos que já oferecia, depois da avaliação feita à sua oferta formativa pela Agência de Certificação. A exceção é o Doutoramento em Física, que na realidade é uma perda partilhada por três instituições de Ensino Superior.

«Era um curso que nós tínhamos em rede, organizado com a Universidade de Évora e a Universidade de Lisboa, que não foi acreditado devido a esta dispersão de recursos e à fragilidade que cada uma das universidades tinha na rede. Foi o único caso, todos os outros foram acreditados», explicou o reitor.

Quanto à continuidade da formação e futuros médicos na UAlg, João Guerreiro considera normal a decisão da Agência de Acreditação, apesar das recomendações que foram feitas.

«Não havia razão nenhuma para não acreditar o curso de Medicina, mas como pairava esse espectro sobre alguns cursos de Medicina de outras universidades, há posições maldosas que querem meter o da universidade do Algarve nesse grupo», disse.

 

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