TEMA abre caminho à internacionalização de empresas algarvias ligadas ao Ambiente

Seis empresas algarvias de base tecnológica ambiental estão atualmente em processo de internacionalização, no âmbito do projeto TEMA (Technology – […]

Seis empresas algarvias de base tecnológica ambiental estão atualmente em processo de internacionalização, no âmbito do projeto TEMA (Technology – Based Environmental Enterprises Market Approach). Um grupo “expedicionário” de empresas participará num teste piloto, que se pretende que possa marcar um caminho que outros empresários da região possam vir a percorrer no futuro, para colocar os seus produtos e serviços além-fronteiras.

O projeto, liderado no Algarve pelo CRIA- Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da Universidade do Algarve, foi formalmente encerrado este mês, numa cerimónia que decorreu na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, em Faro, mas a ideia é que continue a dar frutos, por muitos anos, nomeadamente a ajudar ao aumento das exportações.

Para isso, contribuirá uma «rede e laços de ligação com um conjunto de entidades internacionais, entre parceiros do TEMA e empresas, que ajudarão não só as empresas algarvias envolvidas no teste piloto, mas também qualquer outra que contacte o CRIA com vista à sua internacionalização», segundo o coordenador do projeto no Algarve João Mil Homens.

Esta rede é um dos resultados que o responsável pelo projeto no CRIA destacou, na sessão de encerramento e à margem desta, em declarações ao Sul Informação.

A sua criação era um dos objetivos do TEMA, uma vez que é completamente diferente tentar entrar num mercado externo sem contactos e ter, à partida, uma rede de referências e orientações. O grupo de teste é um reflexo do trabalho efetuado nesta área.

O TEMA, na tradução para português «Estratégias de Mercado para Empresas de Tecnologia Ambiental», é um projeto financiado pela União Europeia, que junta como parceiros o Institute of Chemistry and Technology of Polymers de Pozzuoli, Itália, a Foundation for Development and Technological Innovation e o Knowledge Innovation Market Barcelona, ambos da Catalunha, Espanha, a Câmara de Comércio e Indústria de Marselha, França, e a sua congénere de Heraklion, de Creta, na Grécia.

Na mesma linha da rede de contactos, foi criada uma ferramenta digital «que pretende ser um cluster online de empresas de base tecnológica ambiental». «Aqui, qualquer um pode pesquisar contactos de empresas e entidades. É uma base de dados que atravessa toda a cadeia de valor», revelou João Mil Homens.

Outra questão importante sobre a qual o TEMA se debruçou foi a identificação dos mecanismos de apoio à internacionalização nos diferentes países. A partir deste trabalho, foi elaborado um manual de Boas Práticas para o processo de internacionalização de empresas.

«Quer empresas, quer entidades podem usar esta ferramenta. Hoje fala-se muito em internacionalização, mas a verdade é que poucos sabem como se faz, mesmo entre as entidades que têm essa competência», ilustrou.

 

TEMA encerrado, mas o trabalho continua   

A sessão era de encerramento, mas a verdade é que o TEMA não ficou por aqui. Parte do trabalho continua, até porque é preciso continuar a acompanhar aqueles que aceitaram o desafio de apostar na internacionalização.

Como admitia, de forma bem disposta, um dos empresários que participou num “Focus Group” que se reuniu logo após a apresentação dos resultados do TEMA, moderado pelo ex-diretor do CRIA João Amaro, a divisão de empreendedorismo da UALg conseguiu convencê-lo não só a pensar na internacionalização, mas também em torná-la uma das prioridades da empresa, em pouco tempo.

«Há um ano não pensava na internacionalização, mas agora o CRIA já me colocou a tratar disso», disse Rui Silva, da empresa de consultoria em ambiente e sustentabilidade Ygreen.

Antes, Jorge Graça, também ele da divisão de empreendedorismo da UAlg, havia apresentado um ponto da situação do TEMA Export, um braço do projeto que continua ativo e cujo objetivo é continuar a dar apoio às empresas algarvias que aceitaram o desafio de internacionalizar.

Neste momento, já foram realizados «planos de ação personalizados» para as seis empresas envolvidas no teste piloto, cada um dos quais com estudo exploratório de mercados potenciais, avaliação de estratégias, medidas de captação de investimento e planeamento de ações comerciais, além de workshops de capacitação, segundo Jorge Graça.

O passo que se segue é implementação de «medidas específicas de apoio à internacionalização», que serão assentes em «50 horas de consultoria para cada uma das empresas».

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