Loulé promove visitas guias à Casa Memória Duarte Pacheco no aniversário da sua morte

Visitas orientadas à “Casa Memória Duarte Pacheco”, em Loulé, estão marcadas para o próximo dia 16 de novembro, destinadas a […]

Visitas orientadas à “Casa Memória Duarte Pacheco”, em Loulé, estão marcadas para o próximo dia 16 de novembro, destinadas a grupos escolares, às 10h00 e às 11h00,  e para o público em geral, às 14h00.

As visitas, promovidas no âmbito do aniversário da morte de Duarte Pacheco, serão orientadas por Luís Guerreiro, chefe de divisão de Cultura e Museus da Câmara Municipal de Loulé e investigador de História Local. As marcações para as visitas devem ser feitas através do telefone 289400611.

Inaugurada este ano, a “Casa Memória Duarte Pacheco” localiza-se em frente aos Paços do Concelho, no edifício onde nasceu Duarte Pacheco, remodelado nos anos 90 para instalação da Assembleia Municipal.

É no primeiro piso que uma exposição dá  a conhecer Duarte Pacheco, ilustre louletano, figura de destaque da vida nacional do século XX e um dos louletanos que maior projeção nacional alcançou.

Duarte José Pacheco nasceu em Loulé, no dia 19 de abril, embora haja alguma dúvida em relação ao ano – 1899 ou 1900. Formado em Engenharia Eletrotécnica pelo Instituto Superior Técnico, em 1923, torna-se professor ordinário e diretor interino em 1926, ensinando a cadeira de Matemáticas Gerais. A 10 de agosto de 1927, torna-se seu diretor efetivo.

Em 1928, com apenas 29 anos, ocupa pela primeira vez um cargo político, com a nomeação para Ministro da Instrução Pública, função exercida por uns curtos meses. Em 1932 volta a ser convidado por Salazar, que admirava o seu caráter, para participar no seu Governo, na pasta de Ministro das Obras Públicas e Comunicações., cargo que viria a abandonar em 1936, regressando ao Instituto Superior Técnico.

Em 1938 é nomeado presidente da Câmara Municipal de Lisboa e, meses depois, em acumulação, novamente Ministro das Obras Públicas e Comunicações, cargo que desempenharia até à sua morte.

Duarte Pacheco morreu no dia 16 de novembro de 1943, vítima de um trágico acidente de automóvel ocorrido nas vésperas, na estrada de Vendas Novas, no sítio da Cova do Lagarto, quando se deslocava de Vila Viçosa para Lisboa, a fim de assistir a um Conselho de Ministros.

Dez anos depois do seu falecimento, com comparticipação do Estado e de todos os municípios do país, inaugurou-se, a 16 de novembro de 1953, com a presença de Salazar e de avultado número de personalidades destacadas da política e administração do Estado, o Monumento ao Eng° Duarte Pacheco, carregado de uma simbologia inerente a um período específico da história de Portugal e, ainda, significativo do reconhecimento do país pelo trabalho desenvolvido por um homem cuja vida foi curta. Da autoria do Mestre Cristino da Silva, simboliza a obra inacabada do filho de Loulé, o mais ilustre do século XX, alcunhado de “Pombal do século XX”.

Duarte Pacheco desenvolveu um trabalho faraónico, ainda hoje o orgulho arquitetónico da era salazarista. Revolucionou as obras públicas, sempre com o apoio de Salazar, mas assumindo todas as responsabilidades dos seus atos. A modernização dos correios e telecomunicações por todo o país, os projetos dos “novos bairros sociais” de Lisboa, a autoestrada Lisboa-Vila Franca de Xira, pioneira da A1, a Avenida Marginal Lisboa-Cascais, o projeto da atual Avenida de Roma, o Estádio Nacional, a Fonte Luminosa, o Parque de Monsanto ou a construção do Aeroporto de Lisboa são alguns dos exemplos do seu trabalho. Foi também, o grande responsável pela Organização da Exposição do Mundo Português, acontecimento singular do Século XX que influenciou em muitos aspetos o ritmo cultural das décadas que se seguiram.

Na sua terra natal, destaca-se a construção da cadeia nova, do edifício dos Correios, do Centro de Saúde e Hospital e ainda as melhorias efetuadas na Igreja Matriz.

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