Câmara de Silves prepara relatório final dos estragos do tornado

Foi uma espécie de dois em um: fazer um ponto da situação sobre o trabalho já feito na recuperação dos […]

Foi uma espécie de dois em um: fazer um ponto da situação sobre o trabalho já feito na recuperação dos estragos em estruturas municipais – Câmara, piscinas, jardins, zona ribeirinha -, bem como na via pública e um pouco por toda a cidade, e ainda apresentar o novo vereador, Pascoal Santos.

Logo de manhã cedo – às 8h00 para o pessoal operacional e às 9h00 com os restantes funcionários -, o novo presidente da Câmara de Silves convocou uma reunião geral, que teve lugar nas instalações da Fissul.

Foi uma reunião marcada pela boa disposição, como se todos respirassem de alívio depois dos minutos de terror vividos na sexta-feira passada, cerca das 13h30, quando um tornado atingiu severamente parte da cidade, em especial o edifício dos Paços do Concelho e das Piscinas Municipais, onde muitos dos funcionários autárquicos trabalham.

À entrada para a segunda sessão, o Sul Informação testemunhou a longa fila de cumprimentos que se formou, com o presidente Rogério Pinto a fazer questão de cumprimentar um a um os funcionários, com apertos de mão e beijinhos. «Vou entrar para o Guiness com um record de beijinhos», brincou o autarca.

Falando mais a sério, Rogério Pinto anunciou que, depois das reparações feitas durante o dia de ontem, com a ajuda de centenas de voluntários, nomeadamente de funcionários da própria Câmara e das juntas de freguesia, e dos trabalhos que ainda esta manhã continuavam, em especial na reparação dos sistemas informáticos e de eletricidade, o edifício dos Paços do Concelho reabriria à tarde. E assim aconteceu.

«Na sexta-feira, depois de ver os estragos, estivemos em risco de ter de arranjar instalações alternativas, mas tudo está resolvido».

Rogério Pinto, que assumiu a presidência da Câmara de Silves há pouco mais de uma semana, após a saída da anterior presidente, salientou o movimento de solidariedade de todos. «No domingo, tivemos na cidade cerca de mil pessoas, em várias zonas, a ajudar na limpeza e na recuperação possível das ruas e equipamentos».

O autarca recordou o trabalho feito ao longo de domingo no edifício da Câmara: «ali houve um cordão humano, telha a telha, balde a balde, telha a telha, balde a balde, desde cá de baixo ao sótão. Isto para mim é um marco!»

«Se há coisa que me faz sentir que vale a pena ser autarca é ver toda esta solidariedade. Isso é indiscutível, não há palavras!», acrescentou, emocionado.

Quanto às Piscinas Municipais, outra estrutura fortemente atingida pelo tornado, o autarca lembrou que a nave central, onde se situa o plano de água, viu a sua cobertura arrancada, o mesmo acontecendo na secção administrativa.

«Temos que tentar selar isso de forma rápida. Os nossos técnicos estão no local a avaliar», adiantou o edil. Mas o grau de destruição das piscinas não permite augurar que será fácil pô-las a trabalhar tão cedo. Só a zona do ginásio, onde «temos apenas algumas infiltrações», poderá «talvez ter condições para começar a funcionar em breve».

Quanto ao balanço dos prejuízos, o autarca salientou que «as equipas estão a trabalhar no terreno, para que terça ou quarta-feira, o mais tardar, possamos ter o relatório final para enviar ao secretário de Estado da Administração Interna, como ficou combinado com o ministro».

E qual o montante global dos prejuízos? Rogério Pinto, ainda na sexta-feira, «falando a quente», tinha avançado com um número: cinco milhões de euros. Mas agora afirma preferir esperar pelo relatório final dos estragos, que está a ser feito pelos técnicos municipais.

«Vamos tentar ser o mais rápidos possível!», assegurou o autarca, que não escondeu a sua mágoa de «ver que tínhamos uma cidade que deu muito trabalho a conquistar, onde tanto investimos na sua requalificação, mas que tudo isso foi destruído em minutos».

«Temos cabeça e braços, vamos pensar e trabalhar para que tudo volte ao normal o mais rapidamente possível», acrescentou.

Entretanto, o Sul Informação soube que as pessoas que, respondendo à solicitação da Câmara, se têm dirigido à GNR de Silves para apresentar os prejuízos sofridos têm vindo a deparar-se com algumas dificuldades. «Eles querem que nós entreguemos orçamentos para a reparação dos estragos. Então como é que a gente conseguia isso no sábado ou no domingo? Ou mesmo hoje, quando anda tanta gente ao mesmo?», disse uma funcionária autárquica cuja casa foi atingida pelo tornado.

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